Depois que o BCE retirou todas as barreiras no ano passado, à medida que a Covid-19 devastava a economia, as altas taxas de vacinação em toda a Europa agora estão reforçando as perspectivas de recuperação, e as autoridades estão sob pressão para reconhecer que o pior já passou.
Contudo, com o aumento das taxas de infecção nos Estados Unidos deixando o Federal Reserve hesitante em encerrar seu estímulo, o BCE adotou cautela: o banco não sinalizou outros movimentos, especialmente como planeja encerrar os € 1,85 trilhões em compras sob seu PEPP (Programa de Compras de Emergência da Pandemia), que tem mantido os custos dos empréstimos baixos.
Nos últimos dois trimestres, o banco comprou cerca de US$ 80 bilhões em dívida por mês. O BCE não deu um número para os próximos três meses, mas analistas previam antes da reunião que as compras cairiam para entre € 60 bilhões e € 70 bilhões.
Destacando a cautela das autoridades, o banco também manteve a antiga promessa de aumentar o estímulo se os mercados e as condições de financiamento exigirem.
Com a decisão desta quinta-feira, a principal taxa de juros do BCE permanece inalterada em -0,5%, o PEPP fica permanece no curso de terminar em março do ano que vem e as compras sob o APP (Programa de Compra de Ativos), mais antigo, continuam em € 20 bilhões por mês.
O BCE (Banco Central Europeu) também elevou suas projeções de crescimento e inflação para este ano, com a economia da zona do euro se recuperando mais rapidamente da pandemia do que a maioria esperava.
A presidente do banco, Christine Lagarde, disse que a zona do euro está a caminho de um forte crescimento no terceiro trimestre e que o BCE prevê a atividade econômica de volta ao seu nível pré-pandemia até o final do ano.
Ela disse que embora as perspectivas para a inflação para este ano tenham sido revistas para cima da meta de 2% do BCE, o aumento atual deve ser temporário e acrescentou que a inflação de médio prazo ainda está bem abaixo da meta.
Os riscos para o crescimento estavam “amplamente equilibrados”, informou Lagarde, com o BCE mantendo sua avaliação de risco mesmo com analistas alertando sobre obstáculos como a variante Delta da Covid-19, a desaceleração econômica da China e os gargalos persistentes na economia mundial que restringiram a produção em alguns setores.
No que descreve como cenário base, o BCE espera que o PIB cresça 5% este ano, acima dos 4,6% previstos em junho, enquanto o crescimento no próximo ano é estimado em 4,6%, de projeção anterior de 4,7% do BCE.
A previsão de inflação do banco para este ano foi elevada com força, principalmente devido à alta nos preços das commodities, gargalos de produção e aumento do consumo. Mas a alta esperada nos preços ao consumidor em seu horizonte de projeção permanece abaixo de 2%, marca não alcançada por quase uma década.
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