BCE reduz suporte, mas não sinaliza fim do estímulo

9 de setembro de 2021
REUTERS/Kai Pfaffenbach

A inflação passa a ser estimada pelo banco em uma média de 2,2% neste ano, acima da taxa de 1,9% projetado em junho

O BCE (Banco Central Europeu) reduzirá suas compras de títulos de emergência ao longo do próximo trimestre, informou a autoridade monetária hoje (9), dando um primeiro passo para desfazer a ajuda econômica de emergência que sustentou o bloco durante a pandemia.

Depois que o BCE retirou todas as barreiras no ano passado, à medida que a Covid-19 devastava a economia, as altas taxas de vacinação em toda a Europa agora estão reforçando as perspectivas de recuperação, e as autoridades estão sob pressão para reconhecer que o pior já passou.

Contudo, com o aumento das taxas de infecção nos Estados Unidos deixando o Federal Reserve hesitante em encerrar seu estímulo, o BCE adotou cautela: o banco não sinalizou outros movimentos, especialmente como planeja encerrar os € 1,85 trilhões em compras sob seu PEPP (Programa de Compras de Emergência da Pandemia), que tem mantido os custos dos empréstimos baixos.

Mais cedo, a autarquia divulgou um comunicado dizendo que seu Conselho concordou que condições de financiamento favoráveis poderiam ser mantidas com um “ritmo moderadamente mais baixo” de compras de ativos.

Nos últimos dois trimestres, o banco comprou cerca de US$ 80 bilhões em dívida por mês. O BCE não deu um número para os próximos três meses, mas analistas previam antes da reunião que as compras cairiam para entre € 60 bilhões e € 70 bilhões.

Destacando a cautela das autoridades, o banco também manteve a antiga promessa de aumentar o estímulo se os mercados e as condições de financiamento exigirem.

Com a decisão desta quinta-feira, a principal taxa de juros do BCE permanece inalterada em -0,5%, o PEPP fica permanece no curso de terminar em março do ano que vem e as compras sob o APP (Programa de Compra de Ativos), mais antigo, continuam em € 20 bilhões por mês.

Alta na inflação

O BCE (Banco Central Europeu) também elevou suas projeções de crescimento e inflação para este ano, com a economia da zona do euro se recuperando mais rapidamente da pandemia do que a maioria esperava.

A presidente do banco, Christine Lagarde, disse que a zona do euro está a caminho de um forte crescimento no terceiro trimestre e que o BCE prevê a atividade econômica de volta ao seu nível pré-pandemia até o final do ano.

Ela disse que embora as perspectivas para a inflação para este ano tenham sido revistas para cima da meta de 2% do BCE, o aumento atual deve ser temporário e acrescentou que a inflação de médio prazo ainda está bem abaixo da meta.

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Os riscos para o crescimento estavam “amplamente equilibrados”, informou Lagarde, com o BCE mantendo sua avaliação de risco mesmo com analistas alertando sobre obstáculos como a variante Delta da Covid-19, a desaceleração econômica da China e os gargalos persistentes na economia mundial que restringiram a produção em alguns setores.

No que descreve como cenário base, o BCE espera que o PIB cresça 5% este ano, acima dos 4,6% previstos em junho, enquanto o crescimento no próximo ano é estimado em 4,6%, de projeção anterior de 4,7% do BCE.

A previsão de inflação do banco para este ano foi elevada com força, principalmente devido à alta nos preços das commodities, gargalos de produção e aumento do consumo. Mas a alta esperada nos preços ao consumidor em seu horizonte de projeção permanece abaixo de 2%, marca não alcançada por quase uma década.

A inflação passa a ser estimada em uma média de 2,2% neste ano, acima da taxa de 1,9% projetado em junho, enquanto em 2022 é projetada em 1,7%, contra uma previsão anterior de 1,5%, e em 2023 em 1,5%, ante 1,4%. (com Reuters)

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