O banco norte-americano, inclusive, elevou a projeção para o dólar ao fim deste ano a R$ 5,10, de R$ 5,0, devido à escalada do risco político. O dólar à vista estava em R$ 5,2550 hoje (15).
“Apesar disso (alta de juros e pandemia em declínio) estamos cautelosos”, disseram Tenorio e Irigoyen, que veem o barulho político como “muito alto” em meio a “fortes” atritos entre Executivo, Legislativo e Judiciário.
“Há grande incerteza fiscal, com o impulso para expandir o programa social Bolsa Família e a necessidade de acomodar no Orçamento passivos na forma de pagamentos de precatórios acima do esperado”, disseram.
Além disso, os profissionais pontuaram que até o fim do ano pode haver fluxos de saída de capital do país devido à sazonal remessa de lucros e dividendos de empresas e à compra de dólares decorrente do ajuste do setor bancário ao “overhedge”, a proteção adicional carregada pelos bancos que deixou de ser interessante após mudança regulatória pelo BC.
O real, pelos cálculos do BofA, está 21% abaixo de seu valor justo (em torno de R$ 4,20 por dólar). Com tanta “gordura” para queimar, o banco privado espera que o câmbio devolva algum prêmio de risco em meio ao ciclo de alta de juros e a um eventual alívio na incerteza político-fiscal.
“Em nossa opinião, os principais riscos seriam as incertezas fiscais e políticas aumentarem ainda mais, causando surtos de volatilidade na moeda”, disseram Tenorio e Irigoyen. De acordo com dados da Refinitiv, o real há tempos é a moeda emergente com maior volatilidade implícita.
Tenorio e Irigoyen chamaram atenção para o fato de o posicionamento de investidores domésticos estar mais leve do que em julho, enquanto os estrangeiros pareceram adicionar posições, conforme dados da B3.
O BofA estima que o dólar fechará o primeiro trimestre de 2022 em R$ 5,10, indo a R$ 5,20 no encerramento de junho. (Com Reuters)
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