Governo central tem déficit primário de R$ 9,9 bilhões em agosto, menor que o esperado

28 de setembro de 2021
Adriano Machado/Reuters

Déficit primário de R$ 9,9 bilhões em agosto é menor do que esperado pelo mercado

O governo central, formado por Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência Social, registrou um déficit primário de R$ 9,9 bilhões em agosto, menor do que o estimado pelo mercado, ajudado pela maior arrecadação e recebimento de volume expressivo de dividendos da Petrobras.

Conforme dados divulgados pelo Tesouro hoje (28), os dividendos totais somaram R$ 7,2 bilhões no mês, contra apenas R$ 694,8 milhões em igual mês de 2020. A conta foi impulsionada pelo pagamento de R$ 6,1 bilhões feito pela Petrobras.

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Já a arrecadação com impostos recolhidos pela Receita Federal subiu 20% sobre agosto do ano passado, um acréscimo de R$ 15,1 bilhões.

Com isso, o resultado primário do mês veio melhor que a projeção de um déficit de R$ 13,5 bilhões apontada em pesquisa Reuters com analistas. Em agosto do ano passado, sob o impacto das medidas de enfrentamento à pandemia da Covid-19 e da recessão econômica, o governo central registrou um saldo negativo de R$ 96,1 bilhões.

No acumulado de janeiro a agosto, o rombo nas contas públicas foi de R$ 83,3 bilhões, contra R$ 601,3 bilhões em igual período de 2020, num dado que, segundo o Tesouro, aponta que o Brasil poderia estar perto de zerar o déficit primário em 2021, ou mesmo ter um pequeno superávit, se desconsiderados os gastos extraordinários de combate à pandemia.

“O resultado de agosto corrobora a tendência de melhora consistente nos indicadores fiscais”, disse o Tesouro, em nota.

Recentemente, o Ministério da Economia já havia melhorado sua projeção de déficit primário para o governo central em 2021 a R$ 139,4 bilhões, diante da perspectiva de maior arrecadação.

O Tesouro frisou que neste ano as despesas ligadas ao enfrentamento da crise com o coronavírus estão mais focalizadas, com um volume autorizado ao redor de 1,6% do PIB, frente a 7% do PIB em 2020.

“Outro aspecto a se notar é o papel do teto de gastos como principal âncora fiscal num período de recuperação da receita”, disse o Tesouro, ressaltando que, com o mecanismo, a alta na arrecadação não se reverte em criação de novos gastos, mas em melhoria no resultado primário e da trajetória de endividamento.

“A recuperação da capacidade de geração de superávits primários no Brasil é uma necessidade premente, uma vez que o país, na comparação com seus pares, possui uma dívida em média mais alta e mais cara”, destacou o Tesouro. (Com Reuters)

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