Ao longo desta pandemia, vi de perto a adaptabilidade e a agilidade dos “frontier markets”, nome dado aos países que não possuem economias tão estabelecidas quanto as dos emergentes, mas são considerados destinos viáveis para investimentos, apesar do maior risco. O Hamptons Group, empresa de consultoria e investimentos alternativos na qual atuo como presidente, faz parceria com companhias de países emergentes que buscam o desenvolvimento e a expansão de produtos ou serviços em vários setores da América Latina, Caribe, Eurásia e Oriente Médio. Fazemos isso por meio de private equity, venture capital e financiamento privado, bem como através do trabalho de consultoria para ajudar essas empresas a se desenvolverem.
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As perspectivas gerais pós-pandemia para países emergentes:
A América Latina e a Ásia dominam os “frontier markets”. Apesar da Covid-19, um crescimento econômico significativo está previsto este ano em países como Argentina, Brasil, Colômbia, México, Índia, Indonésia, Coreia do Sul, Hungria, África do Sul e Turquia.
É fundamental analisar as diferenças de crescimento entre os países desenvolvidos e os emergentes, bem como a forma como eles têm demonstrado resiliência econômica desde o início da pandemia, para termos uma noção mais ampla das perspectivas pós-pandemia.
Os países emergentes tendem a apresentar taxas de crescimento econômico mais elevadas, impulsionadas por um consumo inflacionado e pela integração com a economia global, para os quais a pandemia contribuiu dramaticamente. Como resultado, as expectativas de crescimento para esses mercados são significativamente mais altas do que para os desenvolvidos. O diferencial de crescimento esperado de cinco anos entre os mercados emergentes e os avançados está agora perto de 3,5%, contra 4,5% estimados antes da crise global.
• Fundamentos de resiliência: Nos últimos meses, os países emergentes mostraram resiliência econômica em áreas onde seus pares desenvolvidos não foram totalmente bem sucedidos. Enquanto muitos fabricantes americanos e canadenses lutaram contra a pandemia, os países emergentes da Ásia começaram a dominar as capacidades de manufatura, especialmente em Taiwan e na Coreia do Sul.
A indústria de biotecnologia da China tem trabalhado para licenciar novos medicamentos para câncer e outras doenças, o que, considerando juntamente com o aumento dos investimentos em manufatura, mostra evidências claras de que os países emergentes estão escalando suas cadeias de valor, o que trará um crescimento consistente no pós-pandemia.
Pesquisas indicam que a maioria dos CFOs em empresas com planos de expansão internacional não estão preocupados com os impactos da pandemia. Em um estudo realizado pela Globalization Partners e CFO Research, 45% dos entrevistados afirmaram ter planos de expandir globalmente ou estar adiando esses projetos para o ano seguinte.
Colômbia, Argentina e Índia são países em desenvolvimento com perspectivas promissoras.
Colômbia: Este ano, a empresa estatal de petróleo da Colômbia, a Ecopetrol, planeja um projeto piloto que prevê a perfuração de oito poços de exploração. Essa iniciativa permitirá à empresa atingir 450 milhões de barris equivalentes de petróleo (BOE, na sigla em inglês) em reservas potenciais, nas quais a ExxonMobil e a ConocoPhillips manifestaram interesse. A Ecopetrol também está alocando ativamente investimentos em tecnologia, inovação, transformação digital e transição energética.
Índia: as vendas no varejo online da Índia devem saltar de US$ 42,8 bilhões no ano passado para US$ 51,52 bilhões em 2021, com uma projeção de chegar a US$ 119,99 bilhões em 2024. Em 2020, o país foi o segundo mercado de crescimento mais rápido, apesar da pandemia. A Índia também conta com baixas taxas de juros, além de alta liquidez e incentivos fiscais.
Negócios pós-pandemia entre países emergentes
Com o avanço da distribuição de vacinas em todo o mundo e a ampliação do acesso aos imunizantes, a tendência é que as medidas de isolamento se tornem menos frequentes, o que permitirá uma reabertura total da economia global. Com isso, esperamos que os gargalos na produção e no fornecimento de bens diminuam, abrindo portas para negócios pós-pandemia entre os países emergentes.
Ainda assim, ao olhar para os últimos 18 meses – e para o futuro – eu acredito fortemente que os países emergentes continuarão a diversificar a economia global.
Jeff Bartel é presidente e diretor administrativo do Hamptons Group, LLC, empresa de consultoria e investimentos alternativos com sede em Miami.
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