O volume de serviços cresceu em julho 1,1% em relação ao mês anterior, de acordo com dados divulgados nesta terça-feira pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Esse resultado deixou o setor 3,9% acima do nível pré-pandemia, de fevereiro de 2020, e também no nível mais alto desde março de 2016.
“Das últimas 14 taxas, apenas uma foi negativa. Os serviços de caráter presencial vem recuperando perdas, mas ainda estão abaixo do nível pré-pandemia. Mas há outros que estão acima e colocam julho no maio patamar desde março de 2016″, explicou o analista da pesquisa, Rodrigo Lobo.
Na comparação com o mesmo mês de 2020, foi registrada alta de 17,8% no volume, quinta taxa positiva seguida.
Os resultados ficaram em linha com a expectativa em pesquisa da Reuters de avanço de 1,0% na comparação mensal e de 18,0% na base anual.
Com isso, vem havendo um deslocamento dos gastos das famílias de bens para serviços, embora o setor ainda esteja 7,7% abaixo do recorde histórico, alcançado em novembro de 2014.
“O aumento de inflação e milhões de desempregados são impeditivos para o crescimento da prestação de serviço às famílias. Mas com flexibilização e vacinação as pessoas trocam bens de consumo por mais serviços”, disse Lobo.
Subsetores
Os desempenhos que mais chamaram a atenção foram de hotéis, restaurantes, serviços de buffet e parques temáticos, mas apesar disso os serviços prestados às famílias ainda estão 23,2% abaixo de fevereiro de 2020, sendo a única das cinco atividades que ainda não superou o nível pré-pandemia.
Por outro lado, os serviços profissionais, administrativos e complementares avançaram 0,6%, com crescimento de 4,3% nos últimos três meses. Essa atividade superou pela primeira vez o patamar pré-pandemia, ficando 0,5% acima de fevereiro de 2020.
“Essas duas atividades (serviços prestados às famílias e profissionais) são justamente aquelas que mais perderam nos meses mais agudos da pandemia”, disse Lobo, lembrando do caráter presencial delas.
Lobo destacou, entretanto, que embora as atividades presenciais tenham crescido em julho, são aquelas não presenciais que vêm sustentando a recuperação dos serviços desde a fase mais aguda da pandemia, entre março e maio do ano passado.
“O setor de serviços vem sendo puxado por TI, que foi impulsionada na pandemia por contatos virtuais, além de ter sido mais necessário o uso de aplicativos para trabalho remoto e desenvolvimento de segurança cibernética”, explicou ele.
O índice de atividades turísticas, por sua vez, avançou 0,5% em julho na comparação junho, na terceira taxa positiva seguida. Mas o turismo ainda precisa crescer 32,7%% para retornar ao patamar pré-pandemia, segundo o IBGE. (com Reuters)
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