A variação zero da atividade no ano que vem vai se dar em meio a um salto do juro real para 6%, diante da perspectiva de aumento da Selic a 11,25% pela deterioração nas expectativas inflacionárias. O JPMorgan vê a taxa de 6% de juro real como “significativamente acima” da taxa neutra, que, pelos cálculos de profissionais do banco, provavelmente superou 3% devido à “perda de credibilidade da política fiscal”.
VEJA TAMBÉM: Boletim Focus: Previsão para inflação, juros e dólar tem alta
Os economistas agora preveem retração do PIB do segundo ao quarto trimestres de 2022, para os quais antes estimavam desaceleração do crescimento abaixo do potencial, mas ainda com leituras positivas.
O JPMorgan vê expansão de 5% para a economia em 2021, ante 5,1% do prognóstico anterior, que ainda geraria carrego estatístico positivo de 0,4% para a taxa de crescimento de 2022, mas insuficiente para levar o PIB do ano que vem ao terreno positivo.
“Isso significa que tanto o consumo doméstico quanto o investimento provavelmente sofrerão e se desviarão da tendência de crescimento pré-Covid, que já era fraca pelos padrões históricos e quando comparada com outros países emergentes”, finalizaram os economistas. (Com Reuters)