Em entrevista à Reuters, Castro destacou que considera o saldo de 2021 uma “obra de ficção”, na medida em que o crescimento do superávit será baseado essencialmente na disparada das cotações das commodities, que respondem por parcela importante da pauta de exportação do país.
Acompanhe em primeira mão o conteúdo do Forbes Money no Telegram
Ele pontuou que, enquanto em 2000 as manufaturas respondiam por 59% das exportações brasileiras, este ano essa participação deve ser de apenas 26%.
A expectativa da AEB é que tanto as exportações como as importações cresçam cerca de 35% em valor em 2020 sobre o ano anterior, somando, respectivamente, US$ 275 bilhões e US$ 217 bilhões. Já em volume, as vendas externas do país devem avançar apenas entre 3% e 4% em 2020, percentuais insuficientes para alavancar a economia e gerar emprego e renda, disse Castro.
“Precisamos de uma mudança estrutural como a reforma tributária, que poderia fazer o Brasil deixar de ser um exportador de tributos. O Brasil tem que investir também em infraestrutura e criar mecanismos para atrair os investimentos”, defendeu.
Ele destacou como um risco importante para o comércio global os desdobramentos da crise da incorporadora chinesa Evergrande, que tem enfrentado dificuldades para fazer frente a suas obrigações.
“Será que tem outras Evergrandes na China? Se aparecer mais uma, o mundo vai achar que tem outras mais, cria uma aversão e aí pode mexer com o comércio. A China é a maior exportadora e maior importadora global”, afirmou. (com Reuters)