Dívida global total cai, mas chega a nível recorde em mercados emergentes

17 de novembro de 2021
Darren Whiteside/File Photo/Reuters

Os níveis de endividamento total caíram para US$ 296 trilhões em setembro

A dívida global caiu no terceiro trimestre, embora tenha permanecido perto do recorde estabelecido em junho, enquanto a dívida nos mercados emergentes atingiu um novo pico de US$ 92,5 trilhões, mostrou um relatório hoje (17).

Os níveis de endividamento total, que incluem dívidas governamentais, domésticas e corporativas, caíram para US$ 296 trilhões  no fim de setembro, após aumento para recordes no segundo trimestre. O volume está cerca de US$ 36 trilhões acima dos níveis pré-pandemia.

LEIA TAMBÉM: Ministério da Economia piora projeção para PIB e inflação

A relação dívida/PIB caiu mais de 10 pontos percentuais de julho a setembro, atingindo 350% ao término do terceiro trimestre, com as economias em todo o mundo se recuperando da desaceleração causada pela pandemia, mostraram dados do Instituto de Finanças Internacionais (IIF, na sigla em inglês).

A dívida total dos mercados emergentes subiu para US$ 92,6 trilhões, com a China respondendo pela maior parte.

A dívida em relação ao PIB na China aumentou 25 pontos percentuais desde o fim de 2019, para 330%, e a China é responsável por mais de 80% da elevação da dívida dos mercados emergentes desde o fim de 2019.

A dívida dos mercados emergentes fora China atingiu um recorde de US$ 36,4 trilhões, impulsionada em grande parte pelo aumento da dívida governamental. Mas a dívida externa total dos mercados emergentes excluindo a China está a caminho de cair para menos de 43% do PIB em 2021, de uma máxima histórica de quase 46% em 2020.

“Com a pressão política e social limitando os esforços dos governos para reduzir os déficits, as altas necessidades de financiamento do governo representam uma fonte de vulnerabilidade em muitos países em face da fraqueza mais ampla das receitas”, disse o relatório do IIF.

Mais de 95% do aumento da dívida dos mercados emergentes desde o fim de 2019 foi em títulos em moeda local, de acordo com os dados, embora o apelo dessa dívida tenha caído entre investidores estrangeiros, que agora detêm cerca de 19% da dívida em moeda local, em comparação com 23% no fim de 2019.

Indonésia e Rússia tiveram a queda mais acentuada na participação estrangeira, enquanto a demanda aumentou na China, Peru e Coreia.

Na dívida cambial, Turquia, Arábia Saudita e Colômbia registraram os maiores aumentos em relação ao PIB desde o início da pandemia.

Nos mercados desenvolvidos, a dívida caiu US$ 1,4 trilhão no último trimestre, disse o IIF, com as quedas mais acentuadas no Japão e na zona do euro.

Grande parte dos gastos nos mercados desenvolvidos foi para redes social e saúde, enquanto apenas uma pequena parte é destinada à proteção ambiental e às mudanças climáticas.

“Com o aumento dos esforços de descarbonização, muitos governos deverão canalizar significativamente mais recursos para as prioridades climáticas, com grandes implicações para a dívida pública (e) as taxas de juros”, disse o IIF. (Com Reuters)