Os planos incluem o lançamento do Igesp Belém, um centro médico no Shopping Aricanduva, uma nova unidade da Fasig (Faculdade de Ciências da Saúde Igesp) e maternidades no Centro Trasmontano da Sé e no Hospital Igesp de Praia Grande (SP). No total, serão criados 350 leitos, totalizando 580 leitos em toda a rede de atendimento.
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Além do novo foco, a expansão também tem como objetivo diminuir os custos operacionais da entidade, que seguirá operando apenas no estado de São Paulo. Ao optar pela verticalização, em que o grupo investe em uma rede de hospitais e centros clínicos própria, o presidente diz que é possível ter um maior controle sobre os gastos e oferecer um atendimento de maior qualidade aos pacientes. “Com a verticalização, o grupo ganha acesso ao histórico de tratamento completo [dos pacientes] e consegue padronizar o atendimento”, explica.
O hospital Igesp (Instituto de Gastroenterologia de São Paulo) foi adquirido em 1998, e a nova unidade no bairro Belenzinho, um investimento de R$ 70 milhões, será o terceiro do grupo. As outras duas unidades estão localizadas no bairro Bela Vista, na capital paulista, e em Praia Grande (SP), no litoral.
O grupo possui também seis centros médicos, que oferecem atendimento especializado, e o novo empreendimento no Shopping Aricanduva é um experimento com o objetivo de facilitar o acesso dos pacientes. Como diz o presidente, o associado sai para passear e pode aproveitar para marcar uma consulta ou ser atendido.
Já a nova unidade da Fasig abrirá as portas na Consolação, em São Paulo, e contará com nove andares. Serão oferecidos cursos de medicina, direito e tecnologia da informação, todos com foco em saúde e com opção de ensino à distância. A unidade atenderá mais de 1.500 alunos, que terão vaga de estágio garantida no Hospital Igesp.
As expectativas são de que o centro médico do Shopping Aricanduva seja inaugurado em dezembro deste ano, e que a maternidade de Praia Grande esteja pronta até junho do ano que vem. O Hospital Igesp Belém, por sua vez, está previsto para o fim de 2022, e a nova unidade da Fasig e a maternidade na Sé são projetos de longo prazo, com expectativas para 2023 e 2025.
Aprendendo com as crises
Moredo foi eleito presidente da junta governativa do Centro Trasmontano de São Paulo em 1997 e assumiu a presidência da instituição em 1999. A sua gestão seguiu um período turbulento da história do grupo, que passou por uma grande crise financeira e administrativa em 1996. O presidente compara a postura do grupo naquela época a “um indivíduo que tem condições de comprar um Fusca e acaba comprando uma Mercedes.”
A solidez conquistada nos anos seguintes, porém, permitiu que o grupo se tornasse resistente às adversidades externas, segundo Moredo. Ele diz não ver o atual cenário político-econômico do país como um risco às expansões do grupo, e também conta que não notou uma mudança expressiva nas suas atividades durante a pandemia, quando muitas empresas do setor registraram prejuízos.
“Neste ano, houve uma queda na demanda por meados de maio, junho e julho, e por isso houve uma economia. Agora a demanda está voltando e há uma alta nos custos, mas nós não somos afetados por essa variação”, explica. “Fazemos como a formiga: trabalhamos no verão para, no inverno, termos todos aqueles recursos armazenados.”
Em setembro, a Prevent Senior foi acusada de uma série de irregularidades ligadas ao tratamento de pacientes com suspeita ou diagnóstico de Covid-19. Segundo dados da CNF (Confederação Nacional das Instituições Financeiras), a operadora de saúde registrou 88 mil novos usuários entre março de 2020 e julho de 2021.
“O nosso objetivo principal não é obter lucro”, afirma Moredo. “Claro que nós precisamos dele para sobreviver. As estruturas são caras, temos muitos profissionais da saúde e gestores de alta qualidade, e precisamos remunerar todo mundo. Mas o nosso objetivo é aprimorar o nosso serviço e formar cada vez mais profissionais de excelência. É isso que motiva os nossos planos.”