As companhias visualizam, neste momento, dois produtos digitais do gênero. Um relacionado ao “cashback” da geração distribuída (GD) da energia solar, que deve ser lançado até janeiro de 2022, e outro lastreado em certificado que documenta o consumo de eletricidade a partir de fontes renováveis.
Os tokens ainda poderão ser utilizados na aquisição de outras criptomoedas, atraindo mais agentes para um mercado que tem crescido fortemente.
Segundo o executivo ligado à Comerc, que recentemente anunciou outra parceria inovadora em energia renovável, para coinvestimentos em unidades de hidrogênio verde com a Casa dos Ventos, esse tipo de iniciativa com os tokens “toca” os três ‘des’ das “macrotendências inevitáveis” da economia contemporânea.
“Primeiro a descarbonização, o incentivo à energia limpa; o segundo é a descentralização, nossas plantas são de geração distribuída…, e por fim a digitalização.”
Para Roberto Dagnoni, CEO do Grupo 2TM, holding que controla o Mercado Bitcoin, a iniciativa agrega mais um token em um mercado que está pulsante.
“Esta é uma tendência muito relevante… estamos até o final do ano para ter 100 moedas ou ativos listados, já virou uma bolsa com muitos ativos listados”, afirmou Dagnoni, ressaltando que o Mercado Bitcoin superou 3 milhões de clientes em setembro.
RETORNO RENOVÁVEL
O atual sistema de geração distribuída solar no país concede um incentivo para investidores. E, por meio deste esquema, assinantes da plataforma de GD da Comerc, a SouVagalume, também obtêm descontos em suas contas.
A Comerc vai oferecer aos clientes opções como a compra dos tokens, por um valor fixo. E posteriormente lançará este ativo digital para negociação no mercado secundário.
“Se tem um gasto mensal de mil reais, por exemplo, pode ser residência, comercial ou rural, o consumidor teria 150 reais por mês convertidos em tokens”, explicou.
A Comerc já superou 5 mil clientes que geram sua própria energia por meio da plataforma de GD, e até o final de 2022 a expectativa é de chegar a 150 mil clientes, o que aumentaria fortemente o potencial de geração de tokens.
O segundo token a ser lançado pelos empreendedores –ainda em fase preliminar de estruturação– deve ser lastreado em I-REC (International REC Standard), um certificado que documenta o consumo de eletricidade a partir de fontes de energia renováveis e é comumente usado pelas empresas para se enquadrar nos critérios de sustentabilidade internos e externos.
No caso do token lastreado em “cashback”, as companhias estão fechando os últimos detalhes legais e regulatórios, e Dagnoni espera ter o produto “na rua” entre o final de dezembro e meados de janeiro.
A parceria entre o Mercado Bitcoin e a comercializadora de energia é anunciada um mês depois da divulgação de um acordo para a venda de 50% do capital da Comerc para a distribuidora de combustíveis Vibra (ex-BR Distribuidora), que por sua vez tem buscado se reposicionar diante da transição para uma economia de baixo carbono.