Peter Jackson, diretor do Senhor dos Anéis, é oficialmente um bilionário

12 de novembro de 2021
Getty Images

Peter Jackson e o icônico personagem Gollum, cujos gráficos foram criados pela empresa cofundada pelo novo bilionário

A incursão do diretor de Senhor dos Anéis, Peter Jackson, em efeitos visuais por meio da sua empresa Weta Digital valeu a pena. Sediada na Nova Zelândia e criada para fornecer efeitos para Heavenly Creatures (1994), a Weta cresceu e se tornou uma potência de Hollywood, fornecendo imagens geradas por computador para diversas produções, desde Wolverine (2013) até o remake de A Dama e o Vagabundo (2019). Na última terça-feira (9), a Weta anunciou que está vendendo parte dos ativos por US$ 1,6 bilhão para a Unity Software, que fabrica softwares para videogames. A Forbes estima de forma conservadora que o negócio oficialmente torna Jackson um bilionário.

Ele, junto com sua companheira de vida, Fran Walsh, possui o controle acionário de 60% da Weta, de acordo com os documentos regulatórios da Nova Zelândia. A Unity, que é negociada na Bolsa de Valores de Nova York, está pagando cerca de US$ 600 milhões em dinheiro e US$ 375 milhões em ações para Jackson, que também dirigiu King Kong (2005) e o três filmes do Hobbit (2012-14).

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O diretor não é o único famoso na fila para receber o dinheiro. Sean Parker, o bilionário investidor em tecnologia mais conhecido por fundar a Napster e ter sido o primeiro presidente do Facebook, tem 25% de participação na Weta, no valor de US$ 400 milhões antes dos impostos. Além de confirmar a precisão dos documentos da Nova Zelândia, nem Jackson, Parker ou Weta responderam aos pedidos de comentário a respeito do assunto.

Na Nova Zelândia, normalmente não há cobrança de imposto sobre ganhos de capital. Isso significa que Jackson sai com um pagamento maior do que sairia nos EUA.

Mas ele já era rico antes da venda da Weta. Fontes disseram à Forbes que Jackson ganhou US$ 10 milhões adiantados para cada um dos três filmes do Senhor dos Anéis (2001-2003), com pelo menos outros 10% advindos dos lucros obtidos com as receitas de bilheteria de cada filme. A trilogia foi um sucesso estrondoso, ganhando 17 Oscars (incluindo prêmios de Melhor Diretor e Melhor Filme) e obtendo receita bruta de bilheteria mundial de quase US$ 3 bilhões.

O trio seguinte de filmes do Hobbit, a prequela de Senhor dos Anéis, deu a ele um pagamento ainda maior, provavelmente US$ 20 milhões por filme com um adicional de 20%, de acordo com relatórios da época. Ao todo, os filmes do Hobbit renderam mais de US$ 3 bilhões nas bilheterias de todo o mundo.

Weta foi cofundada por Jackson, Jamie Selkirk e Richard Taylor em 1993 para criar efeitos visuais para a estreia de Kate Winslet no cinema em Heavenly Creatures. A empresa continuou a trabalhar em alguns outros filmes do final dos anos 1990, incluindo o drama de ficção científica de 1997, Contact. Mas foi só depois de Senhor dos Anéis chegar às telonas que Jackson e Weta se tornaram conhecidos por suas obras-primas de efeitos visuais.

A empresa usou a captura de movimento do ator Andy Serkis para criar a icônica imagem do personagem Gollum, o Hobbit que se transformou em monstro por meio de sua obsessão com o “precioso” anel. Desenvolveu também um software customizado para renderizar as cenas de batalha na trilogia, um “elenco de milhares” que levou a tecnologia CGI ao limite.

Weta fez Pandora e seus seres de pele azul para o filme Avatar (2009). Foi responsável pelas cenas de batalha em grande escala e pelo fogo penetrante do dragão na temporada final de Game of Thrones da HBO. Este ano, as impressões digitais da Weta estão no hit pós-pandêmico Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis, e no Esquadrão Suicida.

O acordo da Unity é específico para o conjunto de ferramentas de efeitos visuais da Weta e sua tecnologia subjacente, além de 275 dos engenheiros da empresa. Assim que o negócio for concluído, esses setores da Weta estarão sob o guarda-chuva da Unity. O objetivo é tornar o pacote de efeitos visuais da Weta disponível para criadores de todo o mundo por meio da tecnologia em nuvem – um software para controlar todos eles.