Santander Brasil piora cenário econômico para Brasil e vê Selic a 11,5% em 2022

5 de novembro de 2021
Kacper Pempel/Reuters

Santander Brasil prevê expansão de 1% para o PIB e piora do cenário econômico brasileiro

A equipe de macroeconomia do Santander Brasil revisou projeções para a economia brasileira e agora espera expansão de 1% para o PIB (Produto Interno Bruto) em 2022, de crescimento de 1,5% anteriormente, enquanto a Selic deve terminar o próximo ano em 11,5%, de estimativa anterior de 9%.

Ana Paula Vescovi e equipe destacaram que houve importantes sinais de mudanças na política fiscal, principalmente no arcabouço legal do teto de gastos, que tem sido a principal âncora fiscal nos últimos anos, e chamaram a atenção para o elevado grau de incerteza sobre os rumos da política econômica.

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Para 2021, o Santander Brasil manteve a projeção de alta de 4,9% do PIB, mas para 2023 cortou a previsão de crescimento de 0,8% para estabilidade. No caso da Selic, mudou de 8,25% para 9,25% a taxa esperada para o final deste ano e de 7% para 9% no fim de 2023.

Em relação ao IPCA, o banco agora calcula altas de 9,6%, 5,2% e 3,5% em 2021, 2022 e 2023, de previsão anterior de 9%, 4,7% e 3,3%. Para a taxa de câmbio, prevê o dólar a R$ 5,50 neste ano (de estimativa anterior de R$ 5,35), passando a R$ 5,70 no próximo (de R$ 5,55). Para 2023, manteve em R$ 5,20.

A PEC dos Precatórios, aprovada em primeiro turno no plenário da Câmara dos Deputados nesta semana, “surpreendeu claramente os mercados (nós inclusive), tanto em termos do montante de despesas adicionais propostas, mas também em termos do ‘veículo legal’ utilizado para afrouxar a restrição orçamentária em 2022”.

A equipe do banco ponderou que as mudanças ainda precisam ser aprovadas em outras etapas no Congresso Nacional, mas que a discussão já teve impacto sobre as condições de mercado – com forte aumento da volatilidade nos preços de ativos brasileiros – e resultou em expectativas econômicas menos otimistas.

Os economistas do Santander Brasil também estimam que a dívida bruta do governo ficará em 81,2% do PIB em 2021, subindo para 87,5% em 2022 e para 94,6% em 2023. Os percentuais projetados anteriormente eram 80,7%, 83,8% e 87,8%.

A dívida líquida, calculam, deve ficar em 58,7% do PIB neste ano, 62,6% no próximo ano e 67,8% no seguinte, ante estimativa anterior de 58%, 60,5% e 64,1%. O resultado primário do setor público deve ficar em -0,3% em 2021, passando a -1,7% em 2022 e -1,3% em 2023, calculam, de -0,5%, -1,3% e -1,1% anteriormente. (Com Reuters)