Ibovespa abre em alta após ata do Copom mostrar tom mais duro

14 de dezembro de 2021

O Ibovespa opera em alta de 0,72% na abertura do pregão de hoje (14), a 108.157 pontos perto das 10h05, horário de Brasília. Os investidores estão de olho na ata do Copom divulgada hoje, que indica novas elevações na taxa Selic para 2022. No cenário internacional, a variante ômicron continua a assustar os mercados.

O dólar recua 0,11% ante o real por volta das 10h05. A moeda era negociada a R$ 5,6647.

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Na ata do Comitê de Política Monetária (Copom) publicada hoje, o Banco Central afirmou que, para decidir pelo aumento de 1,50 ponto percentual na taxa básica de juros na última semana, ele fez comparações entre cenários envolvendo ritmos de ajuste mais fortes e quadros em que a taxa de juros permanece elevada por período mais longo.

No documento, a autoridade monetária aponta que o ritmo de ajuste de 1,50 ponto-percentual, neste momento, é adequado para atingir um patamar suficientemente contracionista para garantir a convergência da inflação ao longo do horizonte relevante e consolidar a ancoragem das expectativas de prazos mais longos.

Para Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, a ata foi marginalmente mais hawkish (com tendência a mais aumentos de juros) do que o comunicado. “Mantemos nossa perspectiva de que em fevereiro e março a autoridade deverá elevar o juro em 150 pontos-base, interrompendo o ciclo de alta abruptamente no final do primeiro trimestre, com a Selic a 12,25%”, afirma ele.

Em Brasília, a Câmara dos Deputados aprovou o texto-base do projeto de lei que cria um novo marco legal para o setor de ferrovias. Os parlamentares devem analisar hoje destaques que visam alterar o texto que veio do Senado.

Mercados internacionais

Nos Estados Unidos, os investidores seguem atentos a novas demonstrações de aceleração na retirada dos estímulos por parte do Federal Reserve, banco central dos EUA, apesar da alta nos casos da nova variante do coronavírus pelo mundo.

Na Ásia, as ações da China terminaram o dia em queda nesta terça-feira, com perdas em setores de materiais básicos, finanças e consumo discricionário, em meio a preocupações sobre o impacto da variante Ômicron da Covid-19 e riscos de dívidas enfrentados pelas incorporadoras imobiliárias.

Por lá, o índice imobiliário sentiu preocupações com os riscos da dívida e títulos emitidos pela Shanghai Shimao Co Ltd tendo suas negociações suspensas na Bolsa de Valores de Xangai.

O Hang Seng, de Hong Kong, desvalorizou 1,33%; e o BSE Sensex, de Mumbai, fechou o dia em queda de 0,29%. Já na China continental, o índice Shanghai perdeu 0,53%; e no Japão, o índice Nikkei recuou 0,73%.

Na Europa, a produção industrial da zona do euro cresceu conforme o esperado em outubro, mostraram dados. Bens de capital e bens de consumo duráveis subiram mais no mês e a produção de bens não duráveis está na liderança na comparação anual, em meio à continuidade da recuperação econômica.

O escritório de estatísticas da União Europeia (UE), Eurostat, disse que a produção industrial nos 19 países que compartilham o euro aumentou 1,1% no comparativo mensal em outubro, para um ganho anual de 3,3%

Ao mesmo tempo, gargalos persistentes no fornecimento e uma quarta onda de infecções por coronavírus na Alemanha estão atrasando ainda mais a recuperação da pandemia na maior economia da Europa, disse o instituto Ifo, ao reduzir sua previsão de crescimento para o próximo ano.

O Ifo espera que a economia alemã encolha 0,5% nos últimos três meses deste ano em relação ao trimestre anterior, com estagnação nos primeiros três meses do ano que vem.

Para 2022, o Ifo reduziu sua projeção de crescimento econômico de 5,1% (estimado em setembro) para 3,7%. Para 2023, elevou sua previsão de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) de 1,5% para 2,9%.

O Stoxx 600 ganhava 0,53%; na Alemanha, o DAX sobe 0,07%; o CAC 40 em alta de 0,12% na França; na Itália, o FTSE MIB sobe 0,58%; enquanto o FTSE 100 tem valorização de 0,47% no Reino Unido.

Commodities

Os futuros do carvão metalúrgico e do coque chineses subiram nesta terça-feira, liderados por um salto de mais de 6% no carvão metalúrgico devido às preocupações com a oferta alimentadas pelas importações do ingrediente permanecendo em níveis relativamente baixos.

Já os futuros de minério de ferro caíram 0,6%, para 651 yuans por tonelada no fechamento do mercado, recuando de um salto anterior de 3,5%.