O Ibovespa opera em queda de 0,20% na abertura do pregão de hoje (15), a 106.650 pontos perto das 10h10, horário de Brasília. Os investidores seguem de olho nas repercussões da aprovação do texto da PEC dos Precatórios na Câmara dos Deputados. No cenário internacional, as atenções estão voltadas para o último dia de reunião do Fomc (Comitê de Mercado Aberto), que deve ditar os próximos movimentos do banco central norte-americano.
O dólar recua 0,26% ante o real por volta das 10h10. A moeda era negociada a R$ 5,6790.
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Em Brasília, a Câmara dos Deputados aprovou o texto principal da nova PEC dos Precatórios, que inclui os trechos que estavam pendentes de consenso entre as duas casas do Congresso e que não puderam ser promulgados na semana passada.
Dentre os pontos analisados pela Câmara estão a atribuição de caráter permanente ao programa Auxílio Brasil, a vinculação do espaço fiscal a ser aberto com as mudanças no pagamento dos precatórios à seguridade social e ao novo programa social, e ainda o limite para a quitação dessas dívidas.
O texto já aprovado ainda pode ser alterado por emendas, destacadas para votações separadas. Depois, a proposta de emenda à Constituição (PEC) ainda precisará passar por um segundo turno de votação e, caso não seja alterada, poderá seguir à promulgação.
Na agenda macroeconômica, o Índice Geral de Preços-10 (IGP-10) caiu 0,14% em dezembro sobre novembro, quando havia subido 1,19%, e acumulou alta de 17,30% em 2021, impulsionado por aumentos de preços em produtos cujas safras foram afetadas pela seca.
A queda do índice no mês ficou abaixo do recuo de 0,50% esperado por analistas consultados pela Reuters. Em dezembro de 2020, o índice havia subido 1,97%, com elevação de 24,16% em 12 meses.
Em dezembro de 2021, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) –componente de maior peso no IGP-10– caiu 0,51%, depois de alta de 1,31% em novembro.
O Índice de Atividade Econômica do Banco Central-Brasil (IBC-Br) caiu 0,40% em outubro sobre setembro, com dados ajustados sazonalmente, informou o Banco Central. A queda foi mais forte do que a de 0,20% prevista por analistas em pesquisa da Reuters.
No trimestre móvel até outubro, o IBC-Br recuou 0,94%. Sobre o mesmo mês de 2020, houve baixa de 1,48%.
Mercados internacionais
Nos Estados Unidos, termina hoje a reunião do Fomc. Ainda que os juros americanos sejam mantidos em níveis historicamente baixos, o mercado acredita que o Federal Reserve, o banco central dos EUA, vai acelerar a retirada de estímulos à economia do país.
“Precisamos ter atenção às decisões de hoje do Fomc. Podemos ter uma subida de juros, dado que a tendência é para uma visão mais dura do que acomodadora, ou seja, se o Fed entender que não precisa ser tão duro e rápido na subida das taxas, o mercado mundial pode ter um momento de alívio”, avalia Jansen Costa, sócio-fundador da Fatorial Investimentos.
Por lá, os investidores também acompanham os dados de vendas de varejo, que serão divulgados nesta manhã.
Na Ásia, as ações da China terminaram em queda nesta quarta-feira, com empresas de saúde em baixa. A movimentação se deve a preocupações de que os Estados Unidos coloquem algumas empresas de biotecnologia em listas negras de investimento e exportação.
A produção das fábricas da China cresceu mais rapidamente do que o esperado em novembro, apoiada por uma alta na produção de energia e moderação nos preços das matérias-primas. As vendas no varejo, no entanto, caíram conforme novos surtos de Covid-19 atingiram a segunda maior economia do mundo.
Os dados, juntamente com uma desaceleração no crescimento do investimento, sublinham os persistentes ventos contrários que a economia enfrenta, o que já levou autoridades do governo neste mês a aumentar o apoio.
“A economia permaneceu bastante fraca em novembro”, disse Zhiwei Zhang, economista-chefe da Pinpoint Asset Management.
O Hang Seng, de Hong Kong, desvalorizou 0,91%; e o BSE Sensex, de Mumbai, fechou o dia em queda de 0,57%. Já na China continental, o índice Shanghai perdeu 0,38%; e no Japão, o índice Nikkei avançou 0,10%.
Na Europa, a inflação da Espanha permaneceu em uma máxima de 29 anos em novembro, pelo segundo mês consecutivo. Ela foi impulsionada pelos preços dos alimentos e dos combustíveis, mostraram dados mensais finais do Instituto Nacional de Estatística (INE).
Os preços ao consumidor espanhol aumentaram 5,5% no comparativo anual em novembro, ritmo mais rápido desde 1992, de acordo com dados finais do INE, acima da taxa de 5,4% em outubro.
A inflação britânica atingiu seu ponto mais alto em mais de dez anos em novembro, saltando para 5,1% e potencialmente perturbando o Banco da Inglaterra (BoE) um dia antes de o banco central do país anunciar se aumentará as taxas de juros pela primeira vez desde o colapso causado pela Covid-19.
A pressão sobre os preços de uma ampla gama de bens de consumo e serviços –mas especialmente gasolina, roupas e calçados– está por trás do aumento da inflação em seu nível mais alto desde setembro de 2011, disse o Escritório de Estatísticas Nacionais (ONS) do Reino Unido.
Às 10h10, o Stoxx 600 ganhava 0,46%; na Alemanha, o DAX sobe 0,35%; o CAC 40 em alta de 0,71% na França; na Itália, o FTSE MIB sobe 0,60%; enquanto o FTSE 100 tem valorização de 0,16% no Reino Unido.