A Evergrande tem passivos de mais de 300 bilhões de dólares e busca mais prazo para pagamentos de cupom e resgate de títulos para evitar um default técnico que complicaria sua reestruturação financeira politicamente sensível.
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Mas em um comunicado na noite de quinta-feira (horário local), a principal unidade da incorporadora, Hengda Real Estate Group, disse que chegou a um acordo com os credores para atrasar os pagamentos.
Dos credores que votaram, 72,3% aprovaram a proposta de prorrogação dos pagamentos, segundo o comunicado, acrescentando que a negociação do título, suspensa desde 6 de janeiro, será retomada na segunda-feira.
A Evergrande, a incorporadora imobiliária mais endividada do mundo, até agora cumpriu compromissos de títulos de dívida na China, que formam a maior parte de sua dívida, mas já deu calote em alguns títulos internacionais.
Um relatório desta semana do Banco Mundial afirma que uma crise severa e prolongada no mercado imobiliário da China terá impactos sobre a economia do país, uma vez que os compromissos locais e internacionais das incorporadoras do país somam quase 30% do PIB.
A Shimao, com sede em Xangai, realizará reuniões online com credores de dois títulos lastreados em ativos (ABS) em 17 de janeiro para votar propostas de extensão de pagamento, de acordo com documentos vistos pela Reuters nesta quinta-feira.
Os dois ABSs da Shimao – no valor total de 1,17 bilhão de iuans – vencem no final deste mês, mas a empresa está tentando adiar isso até o final de 2022, enquanto faz alguns pagamentos em etapas antes do novo prazo.
A Shimao também tem um cupom offshore de 13 milhões de dólares com vencimento no domingo e um onshore de 22,5 milhões de iuans com vencimento na próxima quarta-feira.
Separadamente, o Yuzhou anunciou uma oferta de troca de dois de seus títulos em dólares com vencimento no final deste mês – no valor total de 582 milhões de dólares. A oferta envolve prorrogar os vencimentos em um ano para evitar inadimplência.
A empresa deve atrasar nos pagamentos de cupons totalizando 110 milhões de dólares com vencimento em janeiro e fevereiro, disse a Yuzhou em um documento. A companhia também está buscando o consentimento dos credores de todos os seus outros títulos de 4,5 bilhões de dólares para alterar os termos que ajudariam a evitar inadimplências cruzadas se outros detentores de títulos buscarem reembolso.
As incorporadoras também correm para levantar recursos no mercado para pagarem dívidas.
Uma das importantes empresas do setor, Sunac China anunciou nesta quinta-feira que levantar 580 milhões de dólares com uma venda de ações.
A Guangzhou R&F Properties, que tem uma série de projetos imobiliários em cidades globais como Londres, teve sua unidade em Hong Kong entrando em “default seletivo” nesta quinta-feira depois que atrasou pagamento de dívida.