O Ibovespa opera em alta de 0,72% na abertura do pregão de hoje (23), a 113.703 pontos, às 10h35, horário de Brasília. O índice acompanha o tom otimista dos mercados internacionais, embora os dados macroeconômicos domésticos limitem os ganhos nesta manhã.
O IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15) subiu 0,99% em fevereiro, de uma taxa de 0,58% em janeiro, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Esse é o maior nível para o mês em seis anos, impulsionado pela aceleração dos custos no setor de educação
Enquanto isso, as tensões na fronteira da Ucrânia continuam pautando os mercados. Ontem, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou a primeira onda de sanções contra a Rússia, apesar de ter ressaltado que espera que a diplomacia ainda esteja disponível.
“Embora essas medidas possam representar o início de uma resposta, a gente ainda pode ver medidas mais severas pela frente. O que foi anunciado até o momento deve ter um impacto reduzido na economia russa”, avalia Pietra Guerra, especialista de ações da Clear Corretora.
Em termos de investimento global, o Brasil pode ser beneficiado pelas sanções à Rússia, ao ser visto como um substituto. Analistas lembram que o conflito atinge países que são considerados importantes produtores de commodities como insumos agrícolas, grãos e minérios, assim como o Brasil.
Na Ásia, o mercado acionário chinês fechou em alta, impulsionado pelos papéis de tecnologia e energia, após o aumento de compras líquidas por investidores do exterior. O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Shangai e Shenzhen, subiu 1,07%.
Sobre o posicionamento chinês em relação às tensões na Ucrânia, Hua Chunying, representante do ministério de Relações Exteriores do país, afirmou hoje que o governo chinês “acredita que sanções nunca foram uma maneira efetiva de resolver problemas”.
O mercado acionário japonês permaneceu fechado por conta do aniversário do Imperador Naruhito.
Na Europa, os principais índices operam em alta. Andreas Billmeier, economista da Western Asset Management, afirma que esse movimento se deve ao “alívio” sentido pelos mercados de que as sanções impostas à Rússia, a princípio, não desestabilizariam a economia global.
Já sobre os próximos passos do BCE (Banco Central Europeu), Robert Holzmann, presidente do banco central da Áustria, indicou que a autoridade monetária pode começar a elevar os juros antes de encerrar seu programa de compra de títulos.
Com a inflação em máximas recordes nos últimos meses, o BCE recuou recentemente em uma promessa de não elevar os juros este ano, mas tem mantido há tempos que o fim das compras de títulos virá primeiro, antes de qualquer aumento das taxas.
Por volta das 10h35, o Stoxx 600 ganhava 0,93%; na Alemanha, o DAX subia 1,08%; na França, o CAC 40 operava em alta de 1,40%; na Itália, o FTSE MIB ganhava 1,03%; enquanto, no Reino Unido, o FTSE 100 avançava 0,67%.
No cenário das commodities, os contratos futuros de minério de ferro em Dalian fecharam em baixa. As preocupações com o ambiente regulatório da China ditaram os ânimos hoje, após as autoridades chinesas afirmarem que impedirão uma “acumulação excessiva” de minério de ferro. (Com Reuters)