No entanto, o BofA afirmou que os mercados domésticos podem atrair fluxos estrangeiros à medida que a guerra na Ucrânia abala o sentimento de risco global.
O credor norte-americano espera agora que o IPCA encerre 2022 em alta de 6,5%, taxa bem acima do teto da meta oficial, contra previsão anterior de inflação de 5,0%. A conta para o ano que vem também foi revisada para cima, a 4,0%, de 3,5%.
A alta nos preços das commodities decorrente do conflito entre Rússia e Ucrânia “acrescentará pressão às dinâmicas de inflação já persistentes”, disse o BofA em relatório com data de ontem (8).
Nesse contexto, o banco espera que a taxa Selic encerre este ano em 13,25%, após dois aumentos consecutivos de um ponto percentual em março e maio e uma alta final de 0,5 ponto em junho. Anteriormente, a projeção era de taxa de 12,25% para o fim do ano.
O BofA agora vê a Selic em 10,50% ao fim de 2023, contra estimativa anterior de 9,50%.
Brasil como destaque
Desta forma, o credor privado afirma enxergar “alguns riscos altistas” para suas projeções de crescimento deste ano, que estão em +0,5%.
Além disso, “acreditamos que as ações brasileiras superarão o desempenho do resto da região (latino-americana), pois o conflito Rússia-Ucrânia acelerou o reequilíbrio das carteiras globais para o Brasil”, disse o banco no relatório.
O Ibovespa “é um lugar natural para estacionar o risco nesta conjuntura”, disse o BofA, destacando o forte peso de ações financeiras e de commodities no índice, e afirmando que “os fluxos para ações contribuirão para a força do real”.