O Ibovespa opera em queda de 0,40% na abertura do pregão de hoje (4), a 114.705 pontos, às 10h43, horário de Brasília. Investidores locais analisam o resultado do PIB (Produto Interno Bruto) de 2021, que veio acima do esperado, enquanto no cenário internacional o foco é para o incêndio ocorrido em uma usina nuclear ucraniana.
O PIB brasileiro registrou crescimento de 4,6% em 2021, maior taxa desde 2010, quando houve expansão de 7,5%, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O resultado foi impulsionado pela retomada das atividades econômicas no país, após o impacto das medidas de contenção à Covid-19. Em 2020, o índice havia despencado 3,9%, garantindo uma base baixa de comparação para o resultado do ano passado.
O PIB terminou o ano com avanço acima do esperado de 0,5% no quarto trimestre, contra expectativa em pesquisa da Reuters de crescimento de 0,1%.
“Praticamente todas as linhas do PIB estão melhores do que o esperado”, avalia Jansen Costa, sócio-fundador da Fatorial Investimentos. “[Porém], os dados bem positivos não impactaram em nada na abertura do índice, mas fizeram inverter o dólar na abertura.”
Na Europa, os principais índices operam em forte baixa, reagindo à escalada dos ataques à Ucrânia após uma usina nuclear ucraniana ser incendiada. A Zaporizhzhia, maior instalação do tipo na Europa, foi tomada por forças russas na madrugada de hoje, e um incêndio se iniciou em um prédio localizado no complexo.
O fogo foi controlado e a usina voltou a funcionar normalmente. Porém, a perspectiva de que a batalha na usina poderia causar um desastre nuclear em potencial derrubou os mercados financeiros mundiais.
Entre os indicadores econômicos europeus, o destaque é para as vendas no varejo, que cresceram menos do que o esperado em janeiro, segundo dados da Eurostat. As vendas subiram 0,2% na comparação mensal e tiveram alta de 7,8% na base anual, quando o esperado por analistas era alta mensal de 1,3% e anual de 9,1%
Por volta das 10h43, o Stoxx 600 caía 2,63%; na Alemanha, o DAX recuava 3,23%; na França, o CAC 40 operava em baixa de 3,48%; na Itália, o FTSE MIB perdia 4,63%; enquanto, no Reino Unido, o FTSE 100 cedia 3,06%.
Na Ásia, o mercado acionário chinês fechou em queda. Investidores locais acompanham as discussões sobre a possibilidade de o banco central da China cortar a taxa básica de juros neste mês.
Segundo o jornal China Daily, Wu Chaoming, vice-diretor do Instituto Chasing da Chasing Securities, disse que o Banco do Povo da China pode cortar os juros do instrumento de empréstimo de médio prazo (MLF) “muito em breve”.
Além disso, o Parlamento da China inicia amanhã (5) sua reunião anual, quando deve divulgar mais medidas de estímulo para ajudar a economia chinesa em desaceleração.
O Hang Seng, de Hong Kong, caiu 2,50%; e o BSE Sensex, de Mumbai, fechou o dia em queda de 1,40%. Já no Japão, o índice Nikkei perdeu 2,23%, enquanto o Shangai, na China continental, caiu 0,96%.
No cenário das commodities, os preços do petróleo voltam a subir, após permanecerem estáveis ontem. Vendedores aumentam a esperança de que os Estados Unidos e o Irã chegarão a um acordo em breve sobre um acordo nuclear que poderia adicionar barris a um mercado global apertado. (Com Reuters)