A nova parceria significa um importante avanço no plano da empresa brasileira de ampliar a venda de produtos para o mercado de baterias, o qual deve representar até 25% de sua receita anual em 2030, com um crescimento exponencial dos volumes, disse um executivo da CBMM à Reuters.
Um protótipo comercial da tecnologia, que permitirá a recarga ultrarrápida dos veículos, será apresentado ainda no primeiro semestre deste ano. A expectativa é de que o lançamento ao mercado aconteça em 2024.
No acordo anunciado nesta quinta-feira, a brasileira entrará com o fornecimento de células para baterias, enquanto a Horwin Brasil produzirá o “cérebro” do componente, além das próprias motos.
“Temos 40 projetos com os principais fabricantes de baterias na Ásia, Europa, Estados Unidos… No Brasil, são três grandes parcerias. Estimamos (produzir) 4 mil células (de baterias) para concluirmos a etapa de validação da tecnologia com o usuário final, e aí entraríamos no planejamento industrial”, explicou Rogério Marques Ribas, gerente executivo do Programa de Baterias da CBMM.
A companhia, detida pelo grupo Moreira Salles, já comercializa alguns produtos de nióbio para baterias de micromobilidade (bicicletas, scotters e triciclos) na China, mas os volumes ainda são baixos e pouco representativos nos negócios totais, somando menos de 1% da receita.
“Temos o objetivo de colocar essa tecnologia no mercado o mais rápido possível, porque é uma corrida, não queremos perder esse momento muito bom para a eletrificação no mundo.”
No futuro, espera-se que o uso do nióbio em baterias possa ir além do universo de mobilidade, avançando para sistemas de armazenamento de energia e para robôs autônomos utilizados em operações logísticas, afirmou o executivo.
Ganhos de eficiência para motos
Para a Horwin, os principais ganhos das novas baterias está no tempo de recarga – que cai de três horas para cerca de 10 minutos – e no prolongamento da vida útil das baterias, em comparação com as tradicionais.
A Horwin Brasil vai investir aproximadamente 100 milhões de reais no projeto com a CBMM e prevê comercializar 100 mil motos com as baterias de nióbio no mercado brasileiro já em 2024.
Ainda não foi decidido onde ficará a linha de produção, se será em Manaus (AM), onde já tem um centro de distribuição, ou em São Bernardo do Campo (SP).
Segundo a empresa, a ideia é exportar a tecnologia das baterias com nióbio para unidades da companhia no exterior.