Segundo dados da pesquisa Pnad Contínua divulgados hoje, a taxa de desemprego brasileira foi a 11,2% nos três meses até janeiro, de 11,1% no quarto trimestre e ante 12,1% nos três meses imediatamente anteriores, encerrados em outubro.
O resultado divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) é o menor para o período desde 2016, quando a taxa foi de 9,6% e ficou pouco abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters de 11,4%. No mesmo período de 2021, a taxa de desemprego era de 14,5%.
“A taxa que abre 2022 já está bem distante da de 14,8% em abril de 2021. Isso é reflexo de vacinação avançando, da flexibilização das restrições e da reação da economia”, destacou a coordenadora do IBGE, Adriana Beringuy.
O avanço da vacinação no país permitiu a melhora no mercado de trabalho, mas a inflação alta afeta o poder de compra dos consumidores, corroendo a renda real.
O período registrou 12,048 milhões de pessoas desempregadas no Brasil, uma queda de 6,6% em relação ao trimestre até outubro e de 18,3% sobre o mesmo período do ano anterior.
“É a primeira vez que a gente consegue ultrapassar o total de ocupados do período pré-pandemia. Esse é um sinal de reação do mercado”, disse Beringuy.
O setor de comércio deu o principal impulso ao mercado de trabalho no período, de acordo com Beringuy.
“A expansão do comércio indica a manutenção da tendência de crescimento dessa atividade, principalmente, a partir do segundo semestre de 2021”, disse ela.
Os trabalhadores com carteira assinada no setor privado aumentaram 2,0% nos três meses até janeiro ante o período anterior, mas os que não tinham carteira subiram 3,6%.
Por sua vez, o rendimento médio real atingiu nos três meses até janeiro 2.489 reais, contra mínima da série iniciada em 2012 de 2.465 reais no trimestre encerrado em dezembro.
Mas o resultado representou recuo de 1,1% em relação ao trimestre de agosto a outubro e uma queda de 9,7% frente ao mesmo trimestre de 2021,
“Embora haja expansão da ocupação e mais pessoas trabalhando, isso não está se revertendo em crescimento do rendimento dos trabalhadores em geral”, completou.