O Ibovespa fechou hoje (14) em baixa de 1,60%, a 109.927 pontos, revertendo a abertura no azul em meio a negociações diplomáticas entre Rússia e Ucrânia. O índice foi puxado pelas ações da Vale (VALE3) e outras empresas do setor de commodities.
As mineradoras e siderúrgicas reagiram à forte queda do minério de ferro no mercado internacional, com uma nova onda de Covid-19 na China e a perspectiva de novos lockdowns no país asiático.
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O contrato de minério de ferro mais negociado na bolsa de Dalian caiu 7%, para 759,50 iuanes (R$ 32,98) por tonelada. Negociações do níquel seguem paralisadas na Bolsa de Londres, e preços dos metais industriais recuaram.
A CSN Mineração (CMIN3) foi uma das líderes das quedas do pregão, com baixa de 6,21%. A CSN (CSNA3) acompanha, com queda de 5,83%, e os papéis da Vale (VALE3) se desvalorizaram 5,36%.
As manchetes positivas em torno da negociação entre Moscou e Kiev para pôr fim ao conflito na Ucrânia também diminuíram temores internacionais de restrição da oferta de commodities.
Seguindo esse movimento, o petróleo Brent fechou em queda de 6,67%, a US$ 102,04, pressionando as ações das petroleiras. A PetroRio (PRIO3) teve baixa de 5,42% e os papéis da Petrobras recuaram 1,26% (PETR3) e 1,91% (PETR4).
Do outro lado do índice, o setor bancário se beneficiou das expectativas em torno da “Super Quarta”, quando os bancos centrais do Brasil e dos Estados Unidos devem anunciar uma nova alta dos juros para controlar a inflação.
Segundo o consenso médio de mercado, o Copom deve elevar a Selic de 10,75% para 12,00%. O Federal Reserve, por sua vez, deve elevar a taxa de juros em 0,25%.
No pregão de hoje, o Banco Santander (SANB11) fechou em alta de 4,36% e o Itaú avança 0,85% (ITUB3) e 1,41% (ITUB4).
“Em meio à busca por segurança, temos os países elevando os juros, o que auxilia na migração de capital dos mercados emergentes para as economias mais seguras, com um prêmio de risco mínimo”, afirma Idean Alves, sócio e chefe da mesa de operações da Ação Brasil Investimentos.
O dólar fechou em alta de 1,30%, a R$ 5,1195. Para Alves, a moeda norte-americana se valorizou também devido à aversão global a risco, motivada pela possibilidade de novas sanções da União Europeia ao petróleo russo.
No exterior, o índice do dólar contra uma cesta de seis rivais fortes tinha queda de 0,3% no dia, mas a moeda também avançava 0,75% contra o dólar australiano – divisa que, assim como o real, é sensível aos preços das commodities e ao apetite global por risco.