O BCE tem reduzido o ritmo de impressão de dinheiro há meses, mas esboçou apenas um cronograma fraco para diminuir o suporte, enfatizando a flexibilidade, já que o conflito na Ucrânia e os preços muito altos da energia podem mudar de repente o cenário.
Confirmando sua orientação anterior, o BCE disse que planeja reduzir as compras de títulos, conhecidas como afrouxamento quantitativo, neste trimestre, e encerrá-las em algum momento do terceiro trimestre.
“O Conselho julgou que os dados desde sua última reunião reforçam suas expectativas de que as compras líquidas de ativos sob o APP (Programa de Compra de Ativos) devem ser finalizadas no terceiro trimestre”, disse o BCE em comunicado.
O volume de compras de títulos no terceiro trimestre será determinado mais tarde.
Entre os bancos centrais mais cautelosos do mundo, o BCE está bem atrás da maioria de seus pares, muitos dos quais já começaram a elevar os juros no ano passado. Somente nos últimos dois dias, os bancos centrais de Canadá, Coreia do Sul e Nova Zelândia aumentaram os custos dos empréstimos.
O BCE comprou quase 5 trilhões de euros de dívida pública e privada desde 2015, com o objetivo de reaquecer a inflação, que ficou abaixo da meta de 2% do banco por anos após a crise de dívida do bloco.
Mas inflação disparou inesperadamente nos últimos meses, deixando as autoridades num dilema, buscando conciliar duas forças econômicas opostas.
Por um lado, a inflação já está na máxima recorde de 7,5%, com mais altas esperadas. Por outro, a economia da zona do euro está estagnando, na melhor das hipóteses, com o impacto da guerra na Ucrânia afetando famílias e empresas nos 19 países do bloco.