Para chegar a esses números, a empresa precisou mudar de estratégia e se moldar a um público cada vez mais exigente. Inicialmente focada em dispositivos de alta performance para gamers, hoje a marca também mira o público corporativo e fornece dispositivos para grandes empresas. Para entender o caminho até aqui, é preciso voltar no tempo.
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A mudança para Joinville aos 18 anos o fez descobrir uma nova paixão, o empreendedorismo. Junto com um amigo da faculdade – ele cursava processamento de dados – Salomão abriu um carrinho de cachorro-quente para atender aos alunos.
“O negócio não tinha nada a ver com informática, mas eu acho que isso me trouxe uma bagagem bem grande”, conta o CEO da Avell.
Ainda na faculdade, ele não conseguiu deixar de lado seu entusiasmo com informática. Começou a vender peças de computadores, como kits multimídia, aos amigos. No primeiro momento, ele pedia ajuda para montar os equipamentos, mas logo começou a construir sozinho.
Em 2000, recebeu uma proposta animadora. Um fornecedor de Miami, nos Estados Unidos, perguntou sobre o interesse em começar a vender notebooks, produto pouquíssimo conhecido no Brasil. Ao receber os novos modelos, Salomão percebeu que aquele poderia ser um bom caminho a seguir.
Assim nasceu a Notebook Century, primeira empresa de Salomão, que vendia várias marcas de computadores para todos os estados do Brasil. Boa parte das vendas já era realizada pela internet – que na época ainda engatinhava no Brasil.
A companhia ganhou forças e abriu uma filial em Florianópolis. Porém, o peso da competição de preços com grandes varejistas o fez mudar a rota. “Eu tive que criar uma marca dentro da Notebook Century porque sabia que chegaria o momento em que não conseguiria mais competir com as empresas maiores”, conta Emerson.
Seis anos depois, em 2010, a marca começou a ganhar corpo e lançou um notebook de alto desempenho para jogos, próximo aos produtos da marca que o mercado conhece hoje. Salomão afirma que a Avell foi a primeira empresa brasileira a criar computadores personalizados para o público gamer, concorrendo apenas com marcas internacionais.
“Deu tão certo que no final de 2012 nós deixamos de vender todas as outras marcas e paramos de dar suporte técnico aos computadores que não fossem Avell. A partir daquele momento, a empresa só cresceu”, conta Salomão.
Triplicando de tamanho
Nos últimos três anos, o faturamento da Avell cresceu 206%, passando de R$ 65 milhões em 2019 para R$ 207 milhões em 2021. A projeção da empresa é de que esse valor chegue em R$ 1 bilhão em cinco anos.
A estratégia da empresa é focar os produtos que já estão dando certo, como o notebook voltado para games e os dispositivos profissionais, que podem ser usados em diversas áreas do meio corporativo.
IPO à vista?
A empresa de computadores diz estar aberta a receber investimentos de fora, em busca de um crescimento mais forte e constante.
O fundador e CEO também não descarta planos de abertura de capital. “É um projeto que já temos, mas para isso ainda é preciso percorrer um longo caminho. Talvez em cinco anos”, diz Salomão.