A Rússia responde por cerca de 40% do suprimento de gás europeu, mas o Ocidente vem tentando se livrar do fornecimento russo de energia com crescente urgência desde que o país iniciou na Ucrânia o que classifica como uma “operação militar especial” em 24 de fevereiro.
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Sergei Kapitonov, do Centro de Energia da Escola de Administração Skolkovo de Moscou, disse que os suprimentos da Gazprom para a Europa podem cair de 40 bilhões a 45 bilhões de bcm (metros cúbicos) este ano, ante cerca de 150 bcm em 2021.
Sindre Knutsson, chefe de pesquisa de mercado de gás da Rystad Energy, disse que os volumes de gasodutos podem retrair ainda mais, “impulsionados por uma vontade dos compradores de se tornarem menos dependentes da Rússia, ou pela Rússia retendo os volumes, por exemplo, devido a um desacordo sobre qual moeda o gás deve ser pago”.
Ele também não descartou uma interrupção nos fluxos através da Ucrânia se o conflito impedir que as operações do gasoduto continuem com segurança.
Os principais consumidores de gás da Gazprom na Europa em 2021 foram a Alemanha, que recebeu 45,8 bcm, a Itália, com 20,8 bcm, e a Áustria, com 13,2 bcm.
Até agora, apenas a Hungria concordou em mudar para o esquema de pagamentos pelo gás em rublos. Uma nota interna da Comissão Europeia na semana passada afirmava que a troca da moeda por compradores da União Europeia quebraria o regime de sanções da UE contra Moscou.
Alexei Gromov, da Institute for Energy and Finance Foundation, disse que o gás russo pode ser parcialmente substituído pelo gás natural liquefeito marítimo dos Estados Unidos e da russa Novatek, que não precisa cobrar dos clientes em rublos.