Ações do Nubank recuam 11% e valor de mercado atinge US$ 11,5 bilhões

24 de maio de 2022
Brendan McDermid/Reuters

IPO do Nubank em Wall Street, em dezembro do ano passado, fez da fintech o banco com o maior valor de mercado da América Latina

As ações do Nubank (NU) renovaram mínimas históricas hoje (24), fazendo a empresa atingir US$ 11,5 bilhões em valor de mercado, em meio a queda generalizada das ações de tecnologia de Nova York.

As ações do Nubank fecharam em queda de 10,96%, a US$ 3,33, ultrapassando o menor valor já atingido pela empresa, de US$ 3,69. Desde o IPO da companhia, que ocorreu em dezembro do ano passado, o papel já recuou 63%.

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A movimentação acompanha o recuo de 43% das ações da Snap Inc, dona do Snapchat, após a empresa cortar sua estimativa de balanço do 2º trimestre.

“O ambiente macroeconômico deteriorou-se mais rapidamente do que o previsto”, afirmou a Snap em comunicado enviado ao mercado ontem (23). “Como resultado, é provável que receitas e Ebitda ajustado fiquem abaixo do limite inferior do intervalo de previsão para o 2º trimestre de 2022.”

Os papéis de tecnologia estão puxando os índices Nasdaq e NYSE composite para baixo, após a leve recuperação dos últimos pregões. Em seis meses, o Nasdaq já recuou quase 30%, enquanto o NYSE composite, que inclui todas as ações ordinárias negociadas na Bolsa de Nova York (inclusive Snap e Nubank), perdeu 10,35% de novembro do ano passado até hoje.

Boa parte dos analistas do mercado se mostram receosos em relação às ações do banco digital. Em relatório enviado hoje ao mercado, o banco JPMorgan cortou a recomendação de compra para neutra, e ficou o preço-alvo em US$ 5,00.

Para Wagner Varejão, especialista da Valor Investimentos, o momento econômico tem relação direta com o desempenho da empresa.

“O Nubank está distante de ter perspectiva de lucros razoáveis. Assim, quando vemos uma alta forte de juros, o custo de capital aumenta e essas empresas com baixo fluxo de caixa são mais penalizadas, o que faz o seu valor despencar”, explica.

No balanço do 1º trimestre, a companhia reportou prejuízo líquido de US$ 45,1 milhões, o que representa uma melhoria de 9% em relação ao mesmo período do ano passado.

A queda de valor de mercado não afeta apenas os acionistas, mas também o CEO da empresa, o bilionário David Velez. Ele perdeu R$ 3,2 bilhões desde a divulgação da lista dos bilionários da Forbes de 2022, em 6 de abril, na qual ocupava a posição 386º e acumulava US$ 6,5 bilhões. Hoje, sua fortuna está avaliada em US$ 3,3 bilhões.

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