LA PAZ (Reuters) – O governo boliviano disse nesta quarta-feira que busca negociar um preço melhor para o gás natural que entrega à estatal brasileira Petrobras, já que nas condições atuais o país andino só teria prejuízos.
A Petrobras paga entre 6 e 7 dólares por milhão de unidade térmica britânica (BTU, na sigla em inglês), mas há empresas privadas no Brasil interessadas em comprar esse recurso a preços que variam entre 15 e 18 dólares por milhão de BTU, revelou o ministro de Hidrocarbonetos e Energia da Bolívia, Franklin Molina.
Nas condições atuais “nossa empresa perde cerca de 70 milhões de dólares por ano e, se somarmos os baixos custos do gás, o resultado não é favorável para o país”, acrescentou Molina.
Por contrato, a Bolívia deve enviar no máximo 20 milhões de metros cúbicos por dia para o mercado brasileiro, mas nas últimas semanas os volumes foram reduzidos em 30%.
Segundo o governo brasileiro, a Bolívia reduziu a oferta de gás natural para entregá-lo à Argentina.
“O preço do gás com a Argentina, em primeiro lugar, é mais alto do que com o mercado brasileiro, mas também foi negociado um prêmio” e isso “nos permite cobrir mais do que qualquer possível penalidade ou contingência que tenhamos com o mercado brasileiro”, disse.
A Bolívia está comprometida em entregar 14 milhões de metros cúbicos por dia ao mercado argentino durante a temporada de inverno, com possibilidade de expansão para 18 milhões. O preço médio do gás embarcado seria de 12 dólares por milhão de BTUs.
(Reportagem de Daniel Ramos)