Andrade é o atual secretário especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital no Ministério da Economia, próximo ao ministro Paulo Guedes, e já havia sido visto como um candidato para liderar a companhia.
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Apesar disso, a Petrobras realizou um reajuste nos preços do diesel em 10 de maio, de 8,87%, e um dia depois o governo anunciou a troca do ministro de Minas e Energia, pasta agora ocupada por Adolfo Sachsida.
“O Brasil vive atualmente um momento desafiador, decorrente dos efeitos da extrema volatilidade dos hidrocarbonetos nos mercados internacionais”, afirmou o ministério, ao anunciar o novo indicado para presidência da Petrobras.
As primeiras análises sobre a troca do presidente da Petrobras, que conforme o rito na empresa precisa ser antes aprovado em assembleia como conselheiro e depois ser eleito pelo Conselho de Administração como CEO, foram negativas.
“Ademais, a chegada de Caio poderá significar a aplicação de política de preços de derivados ainda mais espaçada, abrindo espaço para a vigoração mais perene de preços defasados frente aos praticados no mercado internacional.”
Esta é a terceira mudança na presidência da Petrobras desde o início do governo de Jair Bolsonaro, todas motivadas pela tentativa do presidente de resolver a crise causada pelo aumento constante dos preços dos combustíveis.
Ao anunciar o último reajuste, a Petrobras citou a necessidade de reajustar o preço para equilibrar o mercado e assim garantir o abastecimento por outras companhias, uma vez que o Brasil é importador de derivados.
“O indicado reúne todos as qualificações para liderar a companhia a superar os desafios que a presente conjuntura impõe, incrementando o seu capital reputacional, promovendo o contínuo aprimoramento administrativo e o crescente desempenho da empresa”, disse o ministério no comunicado.
O ministério ainda ressaltou que, para que sejam mantidas as condições necessárias para o crescimento do emprego e renda dos brasileiros, é preciso fortalecer a capacidade de investimento do setor privado como um todo.
Bolsonaro chegou a ser questionado na semana passada sobre uma eventual troca no comando da Petrobras e foi taxativo ao dizer que a decisão caberia ao novo ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida.
O atual presidente da Petrobras, José Mauro Coelho havia sido nomeado em abril, e desde então seguiu defendendo a política de preços adotada anteriormente.
Em nota, a Petrobras informou que recebeu ofício do Ministério das Minas e Energia solicitando providências a fim de convocar Assembleia Geral Extraordinária, com o objetivo de promover a destituição e eleição de membro do Conselho de Administração, e indicando Andrade em substituição a Coelho.
O ofício solicita ainda que Andrade seja posteriormente avaliado pelo Conselho de Administração da Petrobras para o cargo de presidente.