A produção teve em março alta de 0,3% em relação ao mês anterior, informou nesta terça-feira o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), depois de ganho de 0,7% em fevereiro.
Os ganhos seguidos, no entanto, não recuperam a perda de 2% registrada em janeiro, e a indústria ficou em março 2,1% abaixo do patamar pré-pandemia, de fevereiro de 2020, segundo o IBGE.
“São perdas muitos grandes do setor industrial ao longo dos últimos anos. Ainda há muito espaço a recuperar”, disse o gerente da pesquisa, André Macedo.
Na comparação com o mesmo período do ano anterior, a produção industrial registrou queda de 2,1%.
As expectativas em pesquisa da Reuters com economistas eram de alta de 0,2% na variação mensal e de recuo de 3,0% na base anual.
Analistas avaliam que o setor não deve apresentar uma recuperação consistente nos próximos meses, com o conflito na Ucrânia postergando a esperada normalização das cadeias de oferta.
“Questões complicadoras na oferta, que é algo mais global, afetado pelo mercado internacional, e na demanda doméstica” são exemplos de fatores que ainda dificultam a retomada da indústria, de acordo com Macedo.
“Além disso, a inflação vem diminuindo a renda disponível e os juros sobem e encarecem o crédito. Também o mercado de trabalho, que apresenta alguma melhora, ainda mostra índices como uma massa de rendimentos que não avança”, completou.
Em março, a maior influência positiva partiu da alta de 6,9% na produção de veículos automotores, reboques e carrocerias, no segundo mês de expansão, embora não recupere o recuo de janeiro.
Também contribuíram de forma positiva outros produtos químicos (7,8%), bebidas (6,4%) e máquinas e equipamentos (4,9%), entre outros.
Já entre os desempenhos negativos, o destaque foi a contração de 1,7% na fabricação de produtos alimentícios, interrompendo quatro meses consecutivos de alta.