O Magazine Luiza (MGLU3) manterá ao longo de 2022 o conjunto de controle de despesas e foco em ganho de sinergias de ativos comprados nos últimos anos para defender margens, como fez no primeiro trimestre, e fazer frente a um cenário de inflação e juros mais altos, disse um executivo ontem (16).
“Precisávamos reposicionar nossas margens operacionais, então reduzimos subsídios e custos fixos, ajustamos a taxa cobrada dos vendedores no marketplace, reduzimos prazos e repassamos custos mais altos”, afirmou à Reuters o diretor financeiro e de relações com investidores, Roberto Rodrigues.
A rede de varejo anunciou que teve prejuízo ajustado de R$ 99 milhões no primeiro trimestre, ante resultado positivo de um ano antes, em meio a uma fraca performance das lojas físicas e maiores despesas financeiras.
A empresa apurou queda de vendas mesmas lojas no varejo físico de 2,8% no primeiro trimestre, enquanto as vendas do marketplace e do comércio eletrônico tiveram alta de 16%.
Embora suas vendas totais de 14,1 bilhões de reais tenham sido 13,2% maiores do que um ano antes, seu lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado, de 434 milhões de reais, evoluiu apenas 1,7% e a margem encolheu de 5,2% para 5%.
Segundo Rodrigues, as medidas tomadas pelo Magazine Luiza – incluindo a redução do saldo de estoques em mais de 1 bilhão de reais comparado ao fim de 2021 – ganharam tração em março, quando a margem Ebitda ajustada alcançou 6,1%.
A empresa elevou seu parque de lojas físicas, em parte também usadas como centrais de distribuição para as operações de varejo online, em 167 unidades, para 1.477 pontos. Rodrigues contou que as vendas nas lojas físicas acelerou a partir de abril com o fim da exigência do uso de máscaras de proteção.
Para manter os níveis de margens obtidos no começo deste ano, a companhia deve também aproveitar sinergias dos ativos que estão sendo integrados, após uma escalada de aquisições nos últimos dois anos.
Além disso, Rodrigues disse esperar que o juro futuro comece a perder força, o que pode reduzir a pressão sobre o serviço da dívida da companhia.