Por pelo menos uma década, a fórmula do Burger King para a expansão europeia se baseou em joint ventures que incluem um franqueado master responsável por abrir e operar novas lojas.
Mas agora a cadeia de fast food tem um grande problema na Rússia, já que não consegue vender sua parte na parceria ou obrigar o fechamento de 800 franquias como resposta a guerra na Ucrânia.
O Burger King interrompeu o suporte corporativo para lojas na Rússia em março. A empresa controladora da marca, a canadense Restaurant Brands International (RBI), disse em março que estava tentando vender sua participação na joint venture.
No entanto, as atuais sanções dos países ocidentais contra a Rússia limitam drasticamente a escolha de possíveis compradores para sua participação na joint venture, disse uma pessoa familiarizada com o assunto.
Parte do problema, disseram advogados nesta semana, é a complexidade do contrato de franquia master no estilo de joint venture, que permite ao Burger King lucrar com as vendas sem o risco de usar seu próprio capital.
De acordo com uma carta do presidente da RBI International, David Shear, aos funcionários divulgada em 17 de março, a companhia detém uma participação de 15% no Burger King Russia, a joint venture que controla os negócios da empresa no país.
Entre os parceiros adicionais estão o banco estatal russo VTB, que foi sancionado pelos Estados Unidos e pela União Europeia, e a empresa ucraniana de private equity e gestão de ativos Investment Capital Ukraine (ICU), disse Shear na carta.
Alexander Kolobov, franqueado master do Burger King na Rússia, possui 30% da joint venture, disse Kolobov à Reuters por email em março.
Um porta-voz de Kolobov não comentou se ele mantém negociações para comprar a participação da RBI na joint venture. O VTB não pode ser contatado.
“Os franqueados na Rússia não são os que estão em guerra com a Ucrânia. Os clientes que vão a essas lojas não são os que estão em guerra”, disse Beata Kraukus, advogada de franquias em Chicago.
A controladora do Burger King e outras empresas sediadas nos Estados Unidos em breve estarão sujeitas a uma nova regra imposta pelo governo de Joe Biden e que entra em vigor em 7 de junho. A norma limita a capacidade das empresas de fornecerem “serviços de consultoria de gestão” a qualquer pessoa na Rússia.