Por Brenna Hughes Neghaiwi e Rachel More
ZURIQUE (Reuters) – O Credit Suisse deve “moderar” algumas de suas principais iniciativas de crescimento em gestão de patrimônio, à medida que concentra esforços em uma reestruturação institucional e no impulso em tecnologia, disseram executivos do banco na primeira atualização para investidores desde que uma nova estratégia foi definida.
Esses planos foram definidos em novembro – antes que a inflação, o aumento das taxas de juros, os choques das commodities e a invasão russa na Ucrânia desencadeassem turbulências nos mercados financeiros e fizessem com que muitos investidores recuassem de empréstimos e de riscos percebidos.
Sob uma equipe de executivos em grande parte nova, o Credit Suisse disse que agora planeja estender o valor de economia esperado por meio de tecnologia, mantendo planos de expandir negócios com clientes ricos e ultrarricos, embora em um ritmo potencialmente mais lento.
“A estratégia de longo prazo não muda. Estabelecemos uma estratégia para construir um negócio de gestão de patrimônio bem-sucedido no longo prazo”, disse o chefe da divisão de wealth management, Francesco De Ferrari, a investidores e analistas.
O segundo maior banco da Suíça destacou em novembro ambições de redistribuir cerca de 3 bilhões de francos suíços (3,14 bilhões de dólares) para a divisão de gestão de patrimônio até 2024.
O presidente-executivo do Credit Suisse, Thomas Gottstein, disse que movimentos significativos de clientes na redução de empréstimos nos últimos trimestres podem agora afetar esses planos.
“Tivemos uma quantidade significativa de desalavancagem acontecendo (nos últimos trimestres), provavelmente mais do que esperávamos em novembro”, disse Gottstein.
FOCO EM TECNOLOGIA
De Ferrari disse nesta terça-feira que eventos recentes tiveram claramente um efeito sobre a reputação do banco, o que se traduziu em “impacto parcial” na tendência dos negócios.
Clientes empresariais ricos expressaram apoio à instituição, afirmou o executivo, mas recrutar novos clientes ultrarricos provou-se mais “desafiador”.
O banco afirmou que planeja gerar 200 milhões de francos suíços (209,1 milhões de dólares) em economia de custos por meio da tecnologia em cada um dos anos de 2022 e 2023, além de mais 400 milhões de francos no médio prazo.
A consolidação de data centers e outras medidas de simplificação devem adicionar mais 400 milhões de francos em economia de custos além disso, disse Joanne Hannaford, a nova diretora de tecnologia e operações, que ingressou em janeiro no banco, vinda do Goldman Sachs.
(Por Brenna Hughes Neghaiwi e Rachel More)