Dólar acompanha exterior e perde fôlego após superar R$5,19

20 de junho de 2022

 

SÃO PAULO (Reuters) – O dólar saiu de máximas acima de 5,19 reais atingidas mais cedo nesta segunda-feira, passando a acompanhar a fraqueza da divisa norte-americana no exterior, embora dúvidas sobre o futuro da Petrobras e temores de uma recessão global continuassem no radar.

Depois de mais cedo ter chegado a saltar 0,89%, a 5,1919 reais, às 13:02 (de Brasília), o dólar à vista recuava 0,07%, a 5,1422 reais na venda.

Na B3, às 13:02 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,26%, a 5,1605 reais.

A devolução dos ganhos do dólar em relação às cotações mais altas do dia veio em linha com a aceleração da queda do índice da moeda norte-americana contra uma cesta de rivais de países ricos, que, por volta de 12h50 (de Brasília), perdia 0,36%, em sessão de volumes reduzidos por feriado nos Estados Unidos.

A divisa norte-americana também tinha perdas contra alguns pares arriscados do real, como dólar australiano (-0,66%) e peso mexicano (-0,45%).

Investidores atribuíam parte desse arrefecimento a um ajuste técnico depois de um rali recente da moeda norte-americana, cujo índice frente a divisas fortes foi a um pico em duas décadas na semana passada, depois que o Federal Reserve elevou os juros em 0,75 ponto percentual, maior ritmo desde 1994.

O endurecimento da postura de política monetária do banco central norte-americano desencadeou temores generalizados com a economia tanto dos EUA quando do resto do mundo, que poderia entrar em recessão num ambiente de juros mais altos. Apesar da queda do dólar nesta sessão, esses medos continuavam no radar de agentes financeiros.

No Brasil, o foco do pregão estava sobre a Petrobras, depois do anúncio, na manhã desta segunda-feira, do pedido de demissão do presidente-executivo da estatal, José Mauro Coelho. A notícia inicialmente teve impacto negativo nos mercados domésticos, devido a riscos de interferência política na companhia, mas os ativos já recuperaram terreno conforme investidores avaliavam possíveis desfechos para o comando da petroleira.

(Por Luana Maria Benedito)