Por Luana Maria Benedito
SÃO PAULO (Reuters) – O dólar oscilava entre estabilidade e leve queda contra o real na manhã desta quarta-feira, abandonando os picos da sessão após o chair do Federal Reserve, Jerome Powell, reforçar seu comprometimento com o combate à inflação, mas sem indicar uma trajetória de aperto monetário muito mais agressiva que o já esperado pelos mercados.
Na B3, às 11:28 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,22%, a 5,1555 reais.
O dólar foi às máximas do dia imediatamente após o início de uma audiência de Powell no Congresso dos Estados Unidos, chegando a avançar 0,58%, a 5,1831 reais, mas depois perdeu algum ímpeto. Jefferson Rugik, presidente-executivo da Correparti Corretora, atribuiu esse arrefecimento ao comentário do chair do Fed de que o ritmo de altas de juros nos EUA dependerá de dados recebidos e da evolução das perspectivas econômicas.
Essa fala –menos ‘hawkish’ (impiedosa no combate à alta dos preços) que o temido pelos mercados– também levou a um enfraquecimento do dólar no exterior. Seu índice contra uma cesta de pares fortes passou a cair 0,25% após os comentários de Powell, devolvendo ganhos iniciais.
Juros mais altos costumam restringir o crescimento econômico, já que tendem a reduzir os gastos do consumidor. Além disso, tornam o mercado de renda fixa de seu país mais atraente, o que, no caso dos EUA, é fator de impulso para o dólar.
No âmbito doméstico, o foco continuará sobre os desdobramentos envolvendo a troca de comando da Petrobras, disseram especialistas.
O presidente Jair Bolsonaro disse nesta quarta-feira que o futuro presidente da estatal Caio Mário Paes de Andrade deverá trocar toda a diretoria da empresa quando assumir o posto, e que o conselho de administração da petroleira poderá alterar a política de preços que prevê a paridade com a cotação internacional do petróleo.
Na terça, o dólar spot fechou em queda de 0,67%, a 5,1533 reais na venda.