O ETH caiu 52% no acumulado do ano, em comparação com o bitcoin, que caiu cerca de 35%
A grande atualização, chamada “the merge” (em português, “a fusão”), está a caminho. A Ethereum será maior, melhor e mais rápida.
“The merge” é o segundo passo nos planos de longo prazo da Ethereum. Ela muda a blockchain de “prova de trabalho” para “prova de participação”, usando o próprio ETH para proteger transações em vez de usar máquinas de mineração. Isso reduzirá o consumo de energia da Ethereum em 90% e tornará o sistema mais seguro.
Vale a pena notar que essa é apenas uma mudança na camada de consenso, e não na camada de execução, observa Chris McCann, sócio da Race Capital. “Isso significa que o tempo de transação e as taxas de gas não mudarão, e provavelmente também não haverá redução de custos ou melhorias de largura de banda”, comenta.
“Sou prejudicado pelas taxas de gás da Ethereum, mas, por outro lado, as criptomoedas oferecem possibilidades de trabalhar com essas taxas”, diz Ales Kavalevich, CEO da BDC Consulting em Dubai.
“Os retornos podem ser altos mesmo com essas condições. A comunidade que usa a ethereum está pronta para gastar quatro vezes mais do que o público da BNB Chain [Binance Smart Chain] com base no valor médio de transação. Então, isso basicamente significa que você é meio endinheirado se usa a Ethereum.”
“A Ethereum 2.0 pode levar dois ou mais anos para atingir o desenvolvimento completo”, diz Kavalevich. “As apostas são extremamente altas. Não esperava mudanças rápidas, mas tenho certeza de que a Ethereum voará para longe de seus concorrentes depois que as novidades estiverem implementadas.”
O ETH caiu 52% no acumulado do ano, enquanto o bitcoin caiu cerca de 35%.
Os traders profissionais de criptomoedas têm deixado os seus tokens ETH fazendo “staking” para conseguir um rendimento percentual anual de 25%, de acordo com dados da empresa de análise de blockchain Nansen. Em 3 de junho, US$ 1,37 milhão em ETH fluiu para carteiras de “dinheiro inteligente”, mais do que qualquer outro token rastreado pela empresa.
Fazer “staking” de ETH – ou qualquer criptomoeda que permita isso – é como deixar o seu dinheiro rendendo. Quando os investidores deixam os seus ativos digitais fazendo staking, eles concordam em segurar as suas moedas por períodos mais longos (geralmente, os tempos médios de espera são inferiores a duas semanas em muitas moedas) para auxiliar na execução do blockchain e manter sua segurança.
Em troca de ser um investidor de longo prazo, aqueles que fazem staking podem ganhar “recompensas”, que são calculadas em rendimentos percentuais e muitas vezes têm retornos que qualquer gestor de fundos de títulos sonha em obter.
A mudança da Ethereum para uma rede de prova de participação permite o staking, o que torna o token da Ethereum um investimento com rendimentos.
“Algumas pessoas estão fazendo uma distinção entre rendimentos DeFi, nos quais você toma crédito e assume os riscos, versus o staking de ETH, no qual você não assume risco de crédito”, diz Green.
“Uma vez que o Ethereum passa por essa fusão e se atualiza para o Ethereum 2.0, um investidor possui um fluxo de taxas de transação pagas pelos usuários, como se você estivesse investindo na Amazon para o serviço de nuvem AWS. A Ethereum terá um fluxo de caixa. Essa é a maior diferença agora”, explica.
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Se o fluxo de transmissão de dados da Ethereum aumentar, e a velocidade de processamento de transações se tornar mais barata para os usuários, a Ethereum poderá recuperar a participação de mercado de outras redes de contratos inteligentes. Afinal, essas redes existem em parte porque o Ethereum estava em sua capacidade máxima.
A boa notícia para os investidores de outras redes é que a fusão não deve arruinar as perspectivas da Solana e de outras blockchains de layer-1 tão cedo.
“A Solana já é uma rede de prova de participação desde seu lançamento”, diz McCann. “A atualização da Ethereum não terá nenhum efeito nos custos de transação, então não acredito que tenha muito efeito em qualquer uma dessas blockchains alternativas.”
A Ethereum tem mais de 300 mil validadores, diz Kavalevich. “Essas pessoas são os principais investidores e apoiadores. Solana e Polkadot têm cerca de mil validadores, e Cardano tem cerca de três mil validadores. Isso é uma pequena fração do que a Ethereum tem.”
“O principal risco é se a atualização da Ethereum levar mais de três anos para ser concluída. Nesse caso, os concorrentes ganharão mais tração, mas eu realmente não vejo isso acontecendo. Há uma parte do mercado que acredita nos fortes fundamentos do ethereum. Eles esperam um preço de US$ 10 mil em 2030. O ethereum é muito forte”, diz ele. “Estou otimista a longo prazo”.