Fed deve intensificar combate à inflação com o aumento acentuado dos juros

15 de junho de 2022

 

Por Ann Saphir

WASHINGTON (Reuters) – As autoridades do Federal Reserve devem optar nesta quarta-feira pelo maior aumento dos juros em décadas, juntamente com previsões de mais aumentos fortes este ano, além de apresentarem seus melhores palpites sobre a rapidez com que a inflação pode diminuir e a que custo para os empregos.

Analistas esperam um aumento de 0,75 ponto percentual nos juros dos Estados Unidos, o primeiro aumento dessa magnitude desde 1994. Isto elevaria a taxa de curto prazo do Fed para uma faixa de 1,5% a 1,75%.

O comunicado de política monetária será divulgado às 15h (horário de Brasília) após o final da reunião de dois dias do banco central norte-americano.

O Fed também divulgará projeções atualizadas de todos os 18 membros para o crescimento econômico, inflação, desemprego e taxas de juros para os próximos anos. O documento deve mostrar que os juros irão além dos 3% até o final do ano, mas talvez apenas uma desaceleração moderada das pressões de preços.

O chair do Fed, Jerome Powell, dará entrevista à imprensa às 14h30 e terá muito o que falar.

Operadores e economistas começaram a semana esperando um aumento de 0,5 ponto, como as autoridades do Fed haviam sinalizado durante semanas que seria provável para as próximas reuniões, com uma redução no ritmo possível em setembro.

As expectativas mudaram abruptamente na tarde de segunda-feira após um artigo no Wall Street Journal, seguido de notícias similares de outros meios, sugerir que os membros do Fed estavam alarmados com o agravamento da inflação e consideravam um movimento maior.

Vários analistas escreveram notas dizendo aos investidores que a matéria deve ter tido origem no Fed e, portanto, seria o movimento provavelmente favorecida pela liderança.

“Chegar à frente do problema é sempre melhor do que estar atrás da curva”, escreveram os economistas da Piper Sandler Roberto Perli e Benson Durham, acrescentando que um movimento maior agora torna menos provável que o Fed tenha que fazer mais à frente, mas também aumenta a probabilidade de uma recessão no próximo ano.

(Reportagem de Ann Saphir; reportagem adicional de Lindsay Dunsmuir)