Ibovespa fecha em queda de 0,17%, com Petrobras como âncora

21 de junho de 2022

A crise sobre a política de preços da Petrobras (PETR3 e PETR4) ditou mais uma vez as movimentações do Ibovespa hoje (21). A Bolsa brasileira não conseguiu voltar para os 100 mil pontos e fechou em queda de 0,17%, aos 99.684 pontos, na contramão da forte alta de Nova York.

As ações da Petrobras foram as que mais pesaram sobre o índice – os papéis preferenciais e ordinários da estatal, somados, correspondem a 11,37% da composição do Ibovespa –, com quedas de 1,06% e 1,99% para PETR3 e PETR4, respectivamente.

Acompanhe em primeira mão o conteúdo do Forbes Money no Telegram

Os investidores seguem cautelosos a respeito da estatal devido às discussões em torno de uma abertura de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar a gestão da empresa, além da criação de impostos de exportação para conter a alta do preço dos combustíveis.

Em audiência na Câmara dos Deputados nesta terça, o ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, disse que considera o modelo da Petrobras ultrapassado e questionou se manter o PPI (preço de paridade de importação) faz sentido.

Para Sachsida, a privatização da petroleira é a melhor saída, inclusive para os consumidores, visto que o fomento de competição no setor resultaria em menores preços de combustíveis. O ministro ainda destacou que, embora tenha dúvidas, cabe somente à Petrobras definir os preços que pratica em seus produtos.

O mercado também reagiu hoje à divulgação da ata do Copom (Comitê de Política Monetária). No documento, o Banco Central (BC) manteve o tom contracionista e disse que os juros mais altos vão permanecer por um período mais longo.

Na quarta passada (15), o Copom optou por elevar a taxa de juros básica do Brasil em 0,5 pontos percentuais, para 13,25% ao ano, o maior patamar desde janeiro de 2017, quando a Selic estava em 13,75%. Segundo o BC, em julho, o novo aumento poderá ser de 0,5% novamente, ou menos, de 0,25%.

As maiores quedas do Ibovespa refletem o clima negativo do cenário macroeconômico de juros elevados. Os destaques de baixas são da Cogna (COGN3), com perdas de 4,76%, da CPFL (CPFE3), que caiu 3,69% e da Yduqs (YDUQ3), que recuou 3,45%.

Já na ponta de ganhos, saiu na frente a Qualicorp (QUAL3), que avançou 6,68%, seguida por Weg (WEGE3), com subida de 4,98%, e IRB (IRBR3), que ganhou 4,04%.

Cenário internacional

Em Wall Street, as bolsas voltaram em clima de recuperação depois do feriado de ontem (20). Após várias sessões de perdas fortes na semana passada devido ao aperto monetário do Federal Reserve (banco central dos Estados Unidos), o mercado iniciou esta semana em forte alta.

O Dow Jones avançou 2,15%, a 30.532 pontos, o S&P 500 subiu 2,45%, a 3.764 pontos, e o Nasdaq ganhou 2,51% e fechou em 11.069 pontos.

O pessimismo dos investidores foi aplacado pelos comentários do presidente Joe Biden durante o feriado. Segundo o presidente norte-americano, uma recessão dos EUA não é “inevitável”, embora as perspectivas no momento sejam ruins.

Na semana passada, o S&P 500 chegou a perder quase US$ 2 trilhões, mas a liquidação levou os estrategistas de Wall Street a reverem suas posições para o índice ao fim de 2022. Agora, eles esperam uma recuperação depois de a Bolsa chegar ao que acreditam ser um piso de mais de 22% de perdas somente neste ano.

O dólar fechou em queda frente ao real, com perda de 0,63% no dia, negociado a R$ 5,1537.

>> Inscreva-se ou indique alguém para a seleção Under 30 de 2022