Por Letícia Fucuchima
SÃO PAULO (Reuters) – A elétrica Sterlite está estudando ingressar nos mercados de geração de energia renovável e armazenamento de energia no Brasil, ao mesmo tempo em que se prepara para disputar o próximo leilão de transmissão com vistas a ampliar sua presença no segmento, disse à Reuters o CEO da companhia no país.
Ele aponta que, na Índia, o grupo está desenvolvendo grandes projetos e criando experiência na oferta ininterrupta de energia renovável para grandes consumidores eletrointensivos, como indústria de alumínio, combinando diferentes fontes e soluções de geração.
No entanto, a aposta nesse segmento no Brasil deve ficar para daqui a alguns anos. “Há uma extensa carteira de projetos, mas o mercado está muito lotado, então temos que achar um espaço para nós”, disse Prasad.
O executivo também enxerga grandes oportunidades para projetos de armazenamento de energia, já que a matriz elétrica brasileira contará cada vez mais com as fontes eólica e solar, que têm geração variável ao longo do dia e demandam soluções para estabilizar o fornecimento de energia.
Já na transmissão, Prasad afirma que a Sterlite deve participar do leilão da Agência Nacional de Energia Elétrica neste mês, buscando lotes que tenham sinergias com seu portfólio atual.
“Temos um processo bem estabelecido de seleção de lotes… Há um bom número de projetos (no leilão) que estão próximos do nosso propósito.. Estamos nos preparando seriamente para ‘bidar’ para esses projetos”.
Marcado para 30 de junho, na B3, o próximo certame de transmissão oferecerá 13 lotes ao mercado, que somam 5.425 quilômetros de linhas e 6.180 megavolt-ampéres (MVA) em capacidade de transformação de subestações. Ao todo, os empreendimentos devem exigir 15,3 bilhões de reais em investimentos.
“Minha visão é de que pode ser super competitivo, mas você pode não ver 65% de deságio.”
Desde sua entrada no Brasil, há cinco anos, a Sterlite esteve à frente de 11 projetos de transmissão, sendo que alguns foram vendidos a investidores como Engie e Vinci Partners. A companhia trabalha para concluir ainda em 2022 mais três projetos, nos Estados de Minas Gerais, Paraíba e Goiás, com adiantamento em relação ao cronograma da Aneel.
(Por Letícia Fucuchima)