Petrobras desaba em meio a temor sobre interferência política na empresa

17 de junho de 2022
REUTERS/Sergio Moraes

Logo da Petrobras na sede da estatal, no Rio de Janeiro.

As ações da Petrobras desabavam hoje (17), chegando a recuar cerca de 9% no pior momento, com anúncio de reajuste nos preços dos combustíveis adicionando preocupações entre agentes financeiros sobre interferência política na estatal.

Por volta de 13h40, PETR3 caía 8,74% e PETR4 recuava 8,60%. Nas mínimas até o momento, chegaram a R$ 26,46 e R$ 29,40, respectivamente. Os papéis capitaneavam as perdas do Ibovespa, que cedia 3,64%.

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A companhia aumentou a gasolina em 5,18% e o diesel em 14,26%, valendo a partir de sábado. O anúncio da Petrobras já era esperado desde ontem (16).

Para o analista do Credit Suisse Regis Cardoso, o aumento dos preços é positivo para a companhia, “mas pode aumentar a pressão política”.

Tal premissa era endossada por comentários do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), que, pouco após a empresa comunicar os reajustes, pediu a renúncia imediata do presidente da Petrobras, José Mauro Ferreira Coelho.

“O presidente da Petrobras tem que renunciar imediatamente”, disse Lira no Twitter.

Na visão do analista da Terra Investimentos Terra Chinchila, os últimos desdobramentos trazem de volta as incertezas sobre a interferência política na empresa e investidores mostram pressão do lado vendedor.

Além disso, ressaltou, o cenário de forte desaceleração global e descasamento nos preços praticados no mercado interno também são temas que pressionam as ações da companhia.

No exterior, os preços do petróleo também experimentavam uma sessão de perdas relevantes, de cerca de 6%.