No Fórum Jurídico de Lisboa, Campos Neto disse que as ferramentas do Banco Central vão frear o processo inflacionário, repetindo que grande parte do trabalho do BC já foi feito.
Acompanhe em primeira mão o conteúdo do Forbes Money no Telegram
Há duas semanas, o Banco Central subiu a taxa Selic em 0,5 ponto percentual, a 13,25% ao ano, e disse que antevê um novo ajuste, de igual ou menor magnitude, na reunião de agosto. A autoridade monetária não especificou na ocasião se esse seria o último ajuste do agressivo ciclo de aperto monetário iniciado em 2021.
Ao longo dos últimos meses, Campos Neto chegou a fazer algumas previsões de quando seria o pico da inflação no país, mas surpresas nos indicadores fizeram com que as estimativas não se confirmassem. Nesta segunda, ele indicou que esse momento passou, ponderando que é preciso avaliar medidas em discussão no Congresso para segurar os preços de combustíveis.
“Os últimos dois números (de inflação) acho que foram pela primeira vez dentro da expectativa. A gente acha que o pior momento da inflação no Brasil já passou, temos algumas medidas desenhadas pelo governo que precisamos entender qual será o efeito no processo inflacionário e ainda não está claro”, afirmou.
No evento, o presidente do BC citou desafios do cenário global para a inflação, ressaltando que um número crescente de países está adotando medidas protecionistas como forma de lidar com a alta de preços de alimentos.
Segundo ele, há uma desconexão nas áreas de alimentos e energia porque os investimentos nesses setores não estão subindo na mesma proporção das altas de preços dos produtos.
Sem mencionar diretamente críticas feitas por políticos à política de preços da Petrobras, Campos Neto disse que o governo tem que lidar com o problema das classes sociais mais baixas “mas a gente não pode desviar das práticas de mercado” porque, segundo ele, é o mercado que produz energia e alimentos.
Em relação à atividade, ele afirmou que o Brasil é um dos poucos países que está passando por revisões de crescimento para cima. Para ele, o país provavelmente terá um resultado forte do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre, ponderando que a atuação do BC vai gerar uma desaceleração no segundo semestre