Renda fixa ganha espaço nas carteiras dos mais ricos

22 de junho de 2022
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Fundos multimercados continuam com a maior participação, mas fatia vem recuando desde março

Com a taxa básica de juros em alta, a renda fixa vem se consolidando como a modalidade de investimento preferida dos mais ricos. Os títulos e fundos de renda fixa passaram a ocupar uma parcela de 36,47% nas carteiras em maio, um aumento significativo em relação a abril, quando essa participação foi de 35,29%.

Os dados vêm de um levantamento realizado pela Smartbrain que tem como base as carteiras de investidores dos segmentos do varejo (uma participação de 29,57%), alta renda (41,08%), private (25,81%) e ultra high (3,54%). A empresa processa diariamente mais de 340 mil extratos, o equivalente a mais de R$ 250 bilhões.

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Os fundos multimercados continuaram com a maior participação nos portfólios, mas tiveram nova queda em abril, passando de 40,74% para 39,59% em maio. Já a fatia alocada em ações e fundos de ações, que também vem diminuindo, registrou mais um leve recuo em maio, ocupando 13,08% das carteiras.

A renda fixa, considerada o tipo de investimento mais seguro, é impulsionada pelo ciclo de alta da taxa Selic, que chegou a 12,75% ao ano em maio, e foi novamente elevada pelo Copom (Comitê de Política Monetária) em junho, para 13,25% ao ano. Analistas esperam que ela atinja 14% no final de 2022.

A aversão ao risco também ficou evidente nas escolhas dos ativos de renda variável. Os papéis da Vale (VALE3) e Petrobras (PETR3 e PETR4), considerados defensivos, aparecem na maior parte das carteiras de ações analisadas. Em abril, as principais escolhas haviam sido duas ações estrangeiras: Amazon (AMZO34) e Alibaba (BABA34).

Os ETFs, fundos passivos que acompanham o desempenho de índices e ajudam a diversificar a carteira, também se fizeram presentes. O BOVA11, que segue o Ibovespa; o IVVB11, que segue o S&P 500; e o HASH11, que acompanha o Nasdaq Crypto Index, composto por criptomoedas, foram as principais escolhas.

A Smartbrain aponta que, como a maioria dos investidores analisados são atendidos por consultores e gestores de patrimônio, o estudo acaba refletindo as aplicações que foram mais indicadas por esses profissionais durante o período.