Bank of America corta preço-alvo de Braskem (BRKM5)

6 de julho de 2022
Getty Images

Eles ainda avaliam que a demanda também pode ser afetada por um crescimento econômico global mais fraco

Analistas do Bank of America reduziram estimativas e cortaram o preço-alvo da ação da Braskem (BRKM5) para R$ 55, de R$ 80 anteriormente, para refletir estimativas mais fracas para spreads petroquímicos, de acordo com relatório a clientes.

“Os spreads petroquímicos estiveram sob pressão nos últimos meses e devem permanecer mais fracos do que o esperado anteriormente em 2022-2024”, afirmaram Frank McGann e Leonardo Marcondes.

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Para este ano, eles citaram que os spreads de polietileno (PE) no Brasil devem atingir na média aproximadamente US$ 500 por tonelada, queda de 53% ano a ano. No México, devem cair 33%, a US$ 1.028 por tonelada.

Em relação ao polipropileno (PP), a expectativa é de que, em 2022, a maior demanda pós-lockdown por eletrodomésticos e automóveis seja parcialmente compensada pelos efeitos do menor crescimento econômico global.

“Isso deve contribuir para preços de PP relativamente firmes, embora as margens devam ser menores do que os níveis observados nos últimos anos. Isso será especialmente verdadeiro para as operações brasileiras de nafta.”

Para eles, spreads menores continuarão sendo o principal obstáculo para os lucros e as percepções dos investidores, em um momento de preços altos do petróleo e gás, que elevam os custos das matérias-primas da companhia – nafta e etano.

Ainda avaliam que a demanda também pode ser afetada por um crescimento econômico global mais fraco.

Nesse contexto, agora preveem um lucro líquido da Braskem de R$ 7,7 bilhões em 2022, de R$ 11,6 bilhões antes, e de R$ 3,2 bilhões em 2023, de R$ 5,5 bilhões. Para 2024, cortaram a previsão em 71%, para R$ 1,9 bilhão.

Para a Braskem, ressaltaram, esses fatores implicam margens mais fracas, que, embora abaixo das máximas de 2021, ainda se situam bem acima dos períodos mais negativos da última década.

Eles agora estimam margem Ebitda de 15,2% nesta ano, passando a 14,8% em 2023, de 24,7% e 21,1%, respectivamente. Para 2024, a projeção passou de 23,6% para 13,5%.

Entre os fatores que podem contrabalançar, eles citaram que o México deve se beneficiar de taxas de utilização mais altas com a maior disponibilidade de matéria-prima dos Estados Unidos e que as tendências de PVC também devem permanecer favoráveis.

A equipe do BofA reiterou recomendação de ‘compra’ para o papel, citando valuation favorável, balanço forte e potencial melhora relevante na governança.

Por volta de 14h30, as ações da Braskem caíam 4,9%, a R$ 33,60 cada, entre os piores desempenhos do Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, que cedia 0,4%. Mais cedo, os papéis da petroquímica caíram a 33,43 reais, mínima intradia desde março de 2021.

Em 2022, os papéis acumulam declínio de quase 40%.