Os investidores da Volkswagen acreditam que o novo presidente-executivo Oliver Blume terá dificuldades para liderar o grupo e realizar uma listagem da fabricante de carros esportivos Porsche ao mesmo tempo.
O anúncio de sexta-feira de que o presidente-executivo do grupo, Herbert Diess, seria substituído pelo chefe da Porsche, Blume, reacendeu temores de investidores sobre os problemas de governança corporativa da maior montadora da Europa, que alguns acionistas disseram pesar no desempenho das ações.
“O senhor Blume manterá seu papel como presidente-executivo (da Porsche AG), inclusive após um possível IPO”, disse a Volkswagen na segunda-feira em resposta às perguntas da Reuters.
Enquanto isso, Diess cumprirá seu contrato que vai até outubro de 2025, mas em caráter consultivo, disse uma pessoa familiarizada com o assunto.
“Tal mandato duplo só pode existir temporariamente em uma situação de emergência – não funcionará a longo prazo”, disse Ulrich Hocker, da Associação Alemã para a Proteção de Valores Mobiliários (DSW), que representa investidores de varejo.
Uma pessoa familiarizada com o assunto disse que levará mais algumas semanas para ver como as mudanças de gestão significavam para o IPO.
“Confiamos em Blume com a gestão do grupo, mas é difícil imaginar que ele será capaz de cumprir o duplo papel de gerenciar os interesses como presidente-executivo da Porsche e do grupo no longo prazo”, disse Hendrik Schmidt, especialista em governança corporativa na gestora de ativos DWS.
O preço das ações da Volkswagen caiu quase pela metade desde março de 2021, ante queda de 17% no STOXX Europe 600 Automobiles & Parts Index no período.
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