O corte no fornecimento, sinalizado pela Gazprom no início desta semana, reduziu a capacidade do gasoduto Nord Stream 1 –a principal rota de entrega de gás russo para a Europa– para apenas um quinto de sua capacidade total.
Na terça-feira, os países da UE aprovaram um plano de emergência mais fraco do que imaginado originalmente para conter a demanda por gás, depois de fechar acordos de compromisso para limitar os cortes para alguns países, esperando que o consumo menor alivie o impacto caso Moscou pare completamente o abastecimento.
Analistas do Royal Bank of Canada disseram que o plano pode ajudar a Europa a passar o inverno, desde que os fluxos de gás da Rússia estejam em entre 20% e 50% da capacidade, mas alertaram contra “a complacência no mercado de que os políticos europeus já resolveram a questão da dependência russa do gás”.
Enquanto Moscou culpa vários problemas técnicos pelos cortes no fornecimento, Bruxelas acusa a Rússia de usar a energia como arma para chantagear o bloco e retaliar as sanções ocidentais por sua invasão da Ucrânia.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que a Gazprom está fornecendo o máximo de gás possível para a Europa, acrescentando que problemas técnicos com equipamentos são causados pelas sanções e a impedem de exportar mais.
Políticos europeus têm alertado repetidamente que a Rússia poderia interromper completamente o fornecimento de gás neste inverno, o que levaria a Alemanha à recessão e elevaria ainda mais os preços para os consumidores e a indústria.
O preço do gás no atacado holandês para agosto, a referência europeia, saltou 9% para 205 euros por megawatt-hora na quarta-feira, cerca de 412% em relação ao ano anterior.
Klaus Mueller, chefe do regulador de rede da Alemanha, disse que o país ainda pode evitar uma escassez de gás que levaria ao racionamento.