Small Caps: veja as maiores altas e baixas do 1º semestre

8 de julho de 2022
Getty Images

O período foi difícil para os investimentos em renda variável como um todo.

Dommo (DMMO3), Cielo (CIEL3) e Enauta (ENAT3) são as três small caps que mais valorizaram nos primeiros seis meses deste ano, segundo levantamento feito pela Economatica a pedido da Forbes. Por outro lado, Tenda (TEND3), Recrusul (RCSL3) e Infracommerce (IFCM3) foram destaque entre as maiores quedas de 2022. 

O primeiro semestre foi difícil para os investimentos em renda variável como um todo, já que foram impactados pelo crescimento da inflação, riscos fiscais e o aperto da política monetária. O Índice Small Cap (SMLL), que reúne as principais empresas desse porte, caiu 16,68% no período, ante recuo de 6% do Ibovespa. 

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De acordo com Henrique Tavares, analista da DVinvest, diversos fatores contribuíram para o desempenho negativo.

“Small caps, em geral, são negócios menores e em estágio de crescimento. Isso demanda investimento, consumo de caixa e menor perspectiva de resultados. Empresas menores acabam oscilando mais durante esses ciclos que estamos vivendo”, diz o especialista. “Elas capturam maiores altas nos momentos positivos, mas amargam as maiores perdas nos ciclos de baixa.” 

Dommo, Cielo e Enauta lideram as altas

Na contramão da queda do índice, a Dommo (DMMO3), empresa do setor de energia e extração de petróleo e gás, foi o destaque entre as small caps. Os papéis da companhia registraram alta de 182,69% até a última sexta-feira (1). O mês de maior avanço da empresa foi janeiro, quando subiu 107,69%. 

Naquela época, as ações dispararam após a Prisma Capital elevar sua posição acionária na Dommo, antiga OGX de Eike Batista. Dias depois, a gestora assumiu o controle da empresa ao consolidar uma participação de 51,98% no negócio.

Tavares acrescenta que o bom desempenho da companhia também foi reflexo da alta do petróleo durante o primeiro semestre. No entanto, ele alerta para os riscos na hora de investir: “Há muita incerteza envolvendo o negócio, incluindo boatos de venda da empresa e riscos associados a disputas judiciais que estão em andamento. É preciso tomar cuidado aqui”.

Já a Cielo (CIEL3), destaque também do índice Bovespa no primeiro semestre, valorizou 73,72% no primeiro semestre. A ação vem de um período longo de desempenho ruim, e, segundo o especialista, agora é hora de o mercado ver a recuperação de uma empresa que acabou penalizada por um cenário “bastante desfavorável” nos últimos tempos. 

Ibovespa: as maiores altas e baixas do 1º semestre de 2022

“Em 2020, com o comércio físico fechado em decorrência da pandemia, a companhia viu seus resultados despencarem. Em um mercado pulverizado e com competição crescente, muitos investidores preferiram se distanciar até que o cenário se mostrasse mais promissor”, complementa Tavares. 

“É esse movimento que acreditamos estar em curso neste momento. Com resultados positivos no período, a Cielo mostra melhora de margens e redução de custos. A empresa recuperou parte do interesse do mercado, o que se refletiu no preço.”

Em terceiro lugar, está Enauta (ENAT3). Para o especialista, a alta de 43,56% nos primeiros seis meses do ano mostra que a empresa, assim como a Dommo Energia, se beneficiou do movimento de alta do petróleo.

Tenda, Recrusul e Infracommerce lideram as quedas

“Essas empresas são de setores diferentes, o que mostra que o cenário crítico não é particularidade de um único segmento”, explica o especialista. 

A Tenda (TEND3) apresentou um recuo de 76% nos primeiros seis meses do ano, apesar de ser uma empresa madura. “Ela está operando com margens apertadas e resultados fracos, além de alta alavancagem em um cenário de aumentos de juros, o que deve catapultar o custo da dívida a patamares muito elevados”, sinaliza Tavares.

Em segundo lugar aparece a Recrusul (RCSL3), com recuo de 73,81%. Para o especialista, a desvalorização ocorre porque a empresa não tem conseguido ampliar suas margens, nem rentabilizar seu patrimônio. 

A Infracommerce (IFCM3) caiu 71,94%, o que lhe rendeu o terceiro lugar. “Existe uma dificuldade do mercado, de forma geral, em entender o negócio das novas ‘techs’, e isso gera incerteza e dificuldade de precificação”, explica Tavares.

O especialista complementa que a empresa sofre com um cenário de maturação desses novos negócios, que apresentam dificuldade de rentabilizar e preveem fluxos de caixa positivos apenas no futuro. “No momento atual, há uma fuga dos ativos de risco, com investidores indo em direção a ativos de valor e maior segurança”. 

Maiores altas do Índice Small Caps no 1º semestre de 2022:

  1. Dommo (DMMO3): +182,69%
  2. Cielo (CIEL3): +73,72%
  3. Enauta (ENAT3): +43,56%
  4. Petrorecôncavo (RECV3): +38,91%
  5. Minerva (BEEF3): +33,21%
  6. Alliar (AALR3): +32,20%
  7. Getnet BR (GETT11): +25,72%
  8. Log-In (LOGN3): +25,21%
  9. BR Properties (BRPR3): +22,51%
  10. Multiplan (MULT3): +20,12%

Maiores quedas

  1. Tenda (TEND3): -76%
  2. Recrusul (RCSL3): -73,81%
  3. Infracommerce (IFCM3): -71,94%
  4. Espaçolaser (ESPA3): -71,63%
  5. Meliuz (CASH3): -66,05%
  6. Enjoei (ENJU3): -64,91%
  7. Via (VIIA3): -64%
  8. Sequoia (SEQL3): -63,22%
  9. C&A (CEAB3): -62,60%
  10. Aeris (AERI3): -61,70%

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