A matriarca da família da indústria química BASF tem patrimônio estimado em US$ 4,2 bilhões (cerca de R$ 21,47 bilhões), o que lhe garante a 687ª posição no ranking das pessoas mais ricas do mundo da Forbes.
Em entrevista ao podcast Fair&Female, publicado no site austríaco Kleine Zeitung em março deste ano, Engelhorn disse que receber o montante seria algo injusto e, por isso, decidiu doar 90% de sua herança. “Não é possível que uma única pessoa herde uma quantia tão grande sem ter feito nada por isso.”
“Os super-ricos, como eu, são a sociedade paralela mais problemática que temos. […] Eu não herdo apenas dinheiro, eu herdo poder e oportunidades de vida que são estruturalmente negados aos outros”, complementou ela.
À revista austríaca Der Standard, Engelhorn também explicou que a doação de aproximadamente R$ 19,32 bilhões (caso ela seja a única herdeira do patrimônio) seria “uma questão de justiça”, já que ela apenas teve sorte “na loteria do nascimento”.
“Já que o dinheiro vem da sociedade, é para lá que ele deve voltar”, disse Marlene em março de 2021.
Em novembro de 2021, a Forbes Áustria também conversou com a jovem. Em entrevista, Engelhorn contou que nasceu em uma “casa grande demais” em Viena e sempre frequentou escolas particulares.
“Uma criança rica e privilegiada, esse é o resumo da minha infância”, relembrou. À época, ela disse que, ao descobrir que ia herdar a quantia de sua avó, inicialmente não sabia o que fazer com ela e, por isso, começou a pedir conselhos às pessoas ao seu redor, e acabou concluindo que não aceitaria a fortuna.
Segundo a estudante de alemão e literatura da Universidade de Viena, sua avó, que é viúva de Peter Engelhorn (bisneto do fundador da Basf), lhe deu uma enorme liberdade para agir como bem entendesse.
E é por isso que ela, ao lado de 49 herdeiros, fundou o ‘Taxmenow’ (taxe-me agora, em português), uma iniciativa para o Estado passar a administrar a maior parte da riqueza de bilionários. Ela defende uma maior redistribuição de renda, além de que mais ricos paguem mais impostos.
“Eu sou incrivelmente privilegiada e sou grata, porque isso também me dá muita liberdade. É um luxo enorme, mas também é uma questão de responsabilidade, e a minha responsabilidade é devolver algo à sociedade. Se esse status me dá a oportunidade de fazer o que eu tenho vontade, então eu também posso fazer isso.”
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