Tendo falhado em esfriar a venda de títulos com intervenções verbais nos dois dias anteriores, o BoE anunciou uma medida de emergência que, segundo o banco central, impedirá que a turbulência nos mercados se espalhe pelo país e reprima os fluxos de crédito.
“Se a disfunção neste mercado continuar ou piorar, haverá um risco material para a estabilidade financeira do Reino Unido”, disse o banco central em comunicado que aliviou imediatamente as pressões sobre os rendimentos dos títulos do governo britânico.
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A libra esterlina caía 1,4%, a 1,0580 dólar, apenas dois centavos acima da mínima recorde batida na segunda-feira (26).
O BoE disse que está mantendo sua meta de reduzir em 80 bilhões de libras no próximo ano o valor de 838 bilhões de libras (892 bilhões de dólares) em participações em gilts, mas adiaria o início das vendas de títulos, que deveriam começar na próxima semana, por causa das condições do mercado.
Apesar desses comentários, o mercado permaneceu em turbulência.
Na manhã de hoje, os rendimentos dos títulos do governo britânico de 30 anos subiram acima de 5% pela primeira vez desde 2002. Após o comunicado do BoE, os rendimentos de 30 anos caíram mais de 50 pontos-base no dia.
A última crise a atingir o estado britânico foi desencadeada pelos planos de Kwarteng de cortes profundos de impostos e desregulamentação para tirar a economia de um longo período de estagnação, o que foi visto como um retorno às doutrinas Thatcher e Reaganomics da década de 1980.
A rara intervenção do FMI, credor global de última instância, sobre um país do G7 ressalta a gravidade da situação enfrentada pelo Reino Unido, com o valor da libra e dos títulos britânicos em colapso desde sexta-feira.
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