Com a inflação no maior patamar em meio século e se aproximando do território de dois dígitos, as autoridades monetárias estão preocupadas com a possibilidade de a aceleração dos preços se tornar arraigada, corroendo o valor das poupanças das famílias e desencadeando uma espiral de alta de preços e salários difícil de se quebrada.
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“Temos mais jornada para cobrir daqui para frente”, disse a presidente do BCE, Christine Lagarde, em entrevista coletiva, acrescentando que houve um acordo unânime entre os formuladores de política monetária sobre a necessidade de um aumento de 75 pontos-base para “adiantar” o movimento em direção a taxas consistentes com o esforço de trazer a inflação para sua meta de médio prazo de 2%.
As autoridades monetárias há semanas oscilavam entre um aumento de 50 e 75 pontos-base, mas outro salto na inflação cheia e no núcleo da inflação parece ter definido o debate, já que os números indicam que o crescimento dos preços está agora se infiltrando na economia mais ampla.
De fato, o BCE elevou mais uma vez suas projeções de inflação, elevando as perspectivas de 2023 para 5,5%, de 3,5%, e colocando a taxa de 2024 em 2,3%, acima da meta de 2%.
Com o comunicado do BCE dizendo explicitamente que mais aumentos de juros serão necessários, os mercados continuam esperando mais 50 pontos-base de alta na reunião do BCE em outubro.
Questionada sobre a direção futura e o ritmo das mudanças nas taxas, Lagarde disse: “Não dissemos ‘aumentar em 75’ como se 75 fosse a norma -não é”.
Alguns formuladores de política monetária já falam abertamente em recessão, e as novas projeções do BCE também mostram um crescimento nitidamente menor nos próximos anos.
O banco vê a economia da zona do euro se expandindo 3,1% este ano e 0,9% em 2023. Embora a projeção de crescimento deste ano tenha aumentado um pouco, ela caiu acentuadamente para 2023.
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