Como a alta dos juros americanos pode afetar o dólar

21 de setembro de 2022
Lee Jae-Won/Reuters

Notas de dólar

Hoje (21) às 15 horas, horário de Brasília, o Federal Reserve (Fed), o banco central americano vai divulgar a nova taxa de juros nos Estados Unidos. Atualmente, os juros referenciais, os chamados Fed Funds, estão na faixa entre 2,25% e 2,5% ao ano. A alta esperada é de 0,75 ponto percentual, o que elevará essa faixa para 3,0% a 3,25% ao ano.

Porém, há algo mais importante do que a variação dos juros propriamente dita. É a sinalização, por parte do Fed, das expectativas futuras para a inflação e para os juros.

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Se a visão passada ao mercado por Jerome Powell, presidente do Fed, for de que será difícil baixar a inflação, as expectativas serão de juros mais altos por mais tempo. Na prática, taxas que podem chegar até 4,5% ao ano, e permanecerem nesse patamar pelo menos até 2024. Isso vai influenciar uma variável importante para todos os países: o preço do dólar.

Juros americanos em alta aumentam a rentabilidade das aplicações de renda fixa nos Estados Unidos. Isso faz com que investidores chineses, europeus e latino-americanos resgatem suas aplicações financeiras nas moedas de seus países e invistam em dólares. O resultado é um aumento da demanda: haverá mais gente querendo comprar dólares.

Apesar de não parecer, os preços das moedas (a taxa de câmbio) se comportam exatamente como o preço do tomate na feira. Quando há mais pessoas querendo comprar, os preços do tomate sobem. Assim, quando os juros americanos sobem, a consequência é uma apreciação do dólar frente à demais moedas?

Até quanto o dólar pode subir?

Difícil prever. Na avaliação de Mauriciano Cavalcante, diretor de câmbio da corretora de ouro e câmbio Ourominas, o dólar deve continuar volátil entre R$ 5,20 e R$ 5,30 até haver uma definição das expectativas dos investidores. Já os especialistas da Travelex avaliam que pode haver novas altas do dólar em relação ao real. No mercado internacional, o dólar vem ganhando força em comparação com outras moedas de referência – euro, yuan, iene, libra esterlina e franco suíço – e esse movimento deve se estender ao real.

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