Continuaremos a agir até que expectativa para inflação em 2024 caia, diz diretora do BC

30 de setembro de 2022

Banco Central do Brasil

Sede do Banco Central (BC) do Brasil, em Brasília

O Banco Central (BC) continuará a agir até que as expectativas de mercado para a inflação em 2024 caiam, disse nesta sexta-feira (30) a diretora de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos da autarquia, Fernanda Guardado, ressaltando que a autoridade monetária não pensa em corte de juros neste momento.

Em evento promovido pelo banco HSBC, Guardado afirmou que o movimento de afastamento das expectativas de inflação de 2024 em relação à meta não é algo que o BC gostaria de ver, já que está agindo para que a inflação caminhe em direção ao alvo.

A diretora acrescentou não ser bem-vindo que expectativas de inflação fiquem altas por período longo.

“Nós vamos continuar a agir e perseverar na nossa estratégia enquanto não vermos não apenas a desinflação que esperamos, mas também ter certeza de que (a expectativa para) 2024 está voltando em direção ao centro da meta de inflação”, disse.

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Segundo o mais recente boletim Focus divulgado pelo BC, a expectativa do mercado para a inflação em 2024, atual foco da política monetária, está em 3,50% –há um mês estava em 3,41%. A meta para 2024 é de 3%, com tolerância de 1,5 ponto para mais ou para menos.

“Há muita ansiedade quanto a cortes (de juros), nós não estamos lá, não é onde nosso ‘mindset’ está agora, agora estamos tentando avaliar os riscos, há muita incerteza”, acrescentou.

Um dos votos divergentes na reunião deste mês do Comitê de Política Monetária (Copom), posicionando-se a favor de um aumento residual de 0,25 ponto percentual na Selic, Guardado afirmou que a decisão de manter a taxa básica em 13,75% ao ano foi tomada principalmente para que seja observado o efeito no segundo semestre da alta de juros implementada até agora.

Com a defasagem da política monetária, ela afirmou que o país se move mais rápido neste semestre para um cenário contracionista, sendo esperado que os efeitos do aperto nos juros se tornem mais visíveis.

Apesar de um alívio nas cadeias globais e recuo em preços de energia e bens, Guardado disse que a inflação de serviços continua subindo e está em nível elevado, o que inspira atenção.

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