Ibovespa fecha estável em dia pautado por juros internacionais

8 de setembro de 2022

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Após recuar a 108 mil pontos na mínima, o Ibovespa fechou estável, com ligeira alta de 0,14%, a 109.916 pontos, com frigoríficos em queda e varejistas em alta.

O foco dos investidores nesta quinta (8) se voltou para a política monetária dos mercados internacionais. Na Europa, o BCE (Banco Central Europeu) promoveu mais uma alta nos juros, e nos Estados Unidos, Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (banco central norte-americano), retomou o discurso de combate agressivo à inflação.

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A elevação dos juros na zona do euro foi de 0,75 ponto percentual, um aumento inédito. Os esforços do BCE para conter os preços ocorrem em um momento em que a recessão no bloco econômico se mostra cada vez mais provável, e a crise de energia aumenta após a Rússia cortar o abastecimento de gás natural.

A taxa principal de juros da Zona do Euro foi para 1,25%, nível mais alto desde 2011, com o BCE antecipando mais aumentos em outubro e dezembro.

Enquanto isso, nos Estados Unidos, Powell disse que o banco central do país está “fortemente comprometido” em controlar a inflação e tem esperanças de que isso seja feito sem “custos sociais muito altos”.

O presidente do Fed não deu informações sobre o tamanho do reajuste da taxa de juros deste mês – analistas do mercado apontam 0,50 ou 0,75 ponto percentual –, mas afirmou que é preciso “agir agora, de forma direta e forte, como temos feito, e precisamos continuar até que o trabalho seja concluído”.

De acordo com o monitor da taxa de juros do Fed, 87% dos investidores acreditam que a elevação em setembro será de 0,75 ponto percentual, o que coloca os juros dos EUA entre 3,00 e 3,25% ao ano.

Após o discurso de Jerome Powell, os índices em Wall Street fecharam em alta. o Dow Jones subiu 0,61%, a 31.774 pontos, o S&P 500 ganhou 0,66%, a 4.006 pontos, e o Nasdaq teve alta de 0,60%, a 11.862 pontos.

Por aqui, o Ibovespa não conseguiu encontrar uma direção e após forte oscilação fechou praticamente estável.

Na ponta de perdas, os frigoríficos tiveram as maiores quedas do dia depois que o Departamento de Agricultura dos EUA divulgou um relatório no qual projeta uma queda drástica nas importações de carne bovina pela China.

O país asiático, principal parceiro comercial do Brasil para exportação de carne, deve comprar 19% menos dos mercados globais no próximo ano devido à crise interna.

As ações da Marfrig (MRFG3) foram as mais prejudicadas pelas notícias. Os papéis fecharam em queda de 5,84%, a R$ 11,93. Na sequência aparece a JBS (JBSS3), com baixa de 5%, a R$ 27,58.

As petroleiras também figuraram nas maiores quedas do Ibovespa, acompanhando a queda do petróleo. O barril Brent recuou 1,31% na Bolsa de Londres e derrubou as ações da PetroRio (PRIO3) e da 3R Petroleum (RRRP3), que perderam, respectivamente, 4,07% e 4,01%.

Já os ganhos do Ibovespa ficaram por conta das ações de consumo doméstico, com varejistas, construtoras e companhias ligadas ao turismo entre as maiores altas do dia.

Magazine Luiza (MGLU3) avançou 7,25%, Azul (AZUL4) subiu 6,46% e MRV (MRVE3) ganhou 5,06%.

Nesta quinta, a FGV (Fundação Getulio Vargas) informou que o índice de inflação IGP-DI recuou 0,55% em agosto. O número reforçou a tese de que o IPCA (indicador oficial de inflação do país) de agosto deve vir com um novo e forte recuo.

O dólar comercial fechou em queda de 0,62%, a R$ 5,2057

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